Por Girish Gupta e Philip Pullella
QUITO (Reuters) - O papa Francisco viaja para a Bolívia nesta quarta-feira depois de atrair cerca de 1,5 milhão de pessoas para suas missas no Equador, na primeira etapa de uma turnê de "volta para casa", na qual pediu ao mundo que cuide melhor do meio ambiente e dos pobres.
O pontífice nascido na Argentina dedicou suas últimas horas no Equador a um lar para idosos na capital, Quito, e numa visita a um santuário nos arredores da cidade, onde iria reunir-se com sacerdotes, religiosas e seminaristas.
Francisco iria depois embarcar para La Paz, na Bolívia, na quarta-feira à tarde. Tanques de oxigênio são mantidos no aeroporto para os passageiros que na chegada possam sentir dificuldades com o ar rarefeito da capital boliviana, situada em elevada altitude. Isso vai chamar a atenção para a saúde do papa, de 78 anos, que teve parte de um pulmão retirado quando era mais jovem, após uma infecção que quase lhe custou a vida.
Nos arredores de La Paz, Francisco fará uma parada no local onde o corpo do padre jesuíta Luis Espinal Camps foi encontrado em 1980. O sacerdote, que era um forte defensor dos direitos dos mineiros, foi torturado e assassinado por paramilitares.
Francisco vai reunir-se com o presidente boliviano, Evo Morales, um destacado integrante do bloco de líderes socialistas latino-americanos, que conquistou amplo apoio por sua maneira simples e a prudência nos gastos dos recursos do gás natural em medidas para reduzir a pobreza.
Na quarta-feira à noite, o papa voa para Santa Cruz de la Sierra. Lá, ele vai rezar uma missa na quinta-feira e no dia seguinte visitará a prisão de Palmasola, notoriamente violenta.
No Equador, o papa realizou duas missas, ambas com a participação de centenas de milhares de pessoas, em Quito e na cidade litorânea de Guayaquil. Francisco se reuniu com o presidente equatoriano, Rafael Correa, que tem enfrentado protestos contra o governo nas últimas semanas, mas os líderes oposicionistas pediram uma pausa nas manifestações durante a visita do papa, em sinal de respeito ao pontífice.
(Reportagem adicional de Alexandra Valencia)