Bruxelas, 3 set (EFE).- A Comissão Europeia (órgão executivo da
União Europeia, UE) considerou hoje "pessoais" declarações de seu
titular de Comércio, o belga Karel De Gucht, sobre as perspectivas
do processo de paz no Oriente Médio, e que foram muito criticadas
por organizações judias.
De Gucht, em uma entrevista à rádio pública flamenga, manifestou
nesta quinta-feira suas dúvidas sobre as possibilidades de sucesso
das conversas de paz, na sua opinião devido às divisões entre os
palestinos e a que a política israelense tem se "endurecido e se
deslocado rumo à direita".
O comissário acrescentou que os EUA é "o único capaz" de
desempenhar um papel significativo e de "poder fazer pressão sobre
Israel", porque "não se deve subestimar o lobby judeu no Capitólio".
Estas declarações foram consideradas "anti-semitas" pelo
presidente do Congresso Judaico da Europa, Moshe Kantor, que disse
que fazem parte de uma "tendência perigosa de incitação contra os
judeus e Israel na Europa".
Um porta-voz da Comissão assinalou que as palavras de De Gucht -
também ex-ministro belga de Exteriores - são "pessoais" e não
representam a posição da União Europeia sobre o processo de paz no
Oriente Médio e o reatamento dos contatos diretos entre Israel e os
palestinos.
Os membros da CE são políticos e em algumas ocasiões fazem
comentários políticos pessoais, acrescentou.
Outras fontes da Comissão consideraram que as frases de De Gucht
foram tiradas de contexto, já que faziam parte de uma longa
entrevista de 20 minutos nas quais não se falou em profundeza do
processo de paz no Oriente Médio. EFE