CARACAS/SANTIAGO (Reuters) - O proeminente líder da oposição na Venezuela, Freddy Guevara, buscou refúgio na residência do embaixador chileno em Caracas após autoridades tentarem revogar sua imunidade como membro do Congresso, de modo que pudesse ser julgado por fomentar violência.
Aos 31 anos, Guevara, que lidera o partido linha-dura Vontade Popular e também é vice-líder do Congresso, entrou na residência neste sábado e pediu proteção, informou o governo chileno em comunicado.
"Em razão do que considerou serem ameaças imediatas contra sua segurança e bem-estar pessoal, ele pediu proteção do Chile", informa o comunicado.
Críticos dizem que o presidente Nicolás Maduro transformou a Venezuela em uma ditadura ao manipular as eleições e deter dissidentes. Os partidários de Maduro afirmam que o sucessor do falecido Hugo Chávez está resistindo a esforços apoiados pelos Estados Unidos para retirá-lo do cargo.
"Em virtude de uma ditadura que viola os direitos humanos e constantemente ataca as instituições democráticas, a comunidade internacional deve continuar firme e apoiar aqueles perseguidos por suas políticas e todo o povo venezuelano", escreveu o Vontade Popular no Twitter na noite de sábado, agradecendo o Chile pela ajuda.
A residência do embaixador chileno em Caracas já acolheu cinco magistrados nomeados pelo Congresso dirigido pela oposição após terem sido ameaçados de prisão. Eles então atravessaram a fronteira para Colômbia no mês passado antes de voaram para Santiago e serem recebidos pelo governo esquerdista de Michelle Bachelet, que se juntou ao grupo de nações latino-americanas ao denunciar Maduro.
(Por Felipe Iturrieta em Santiago e Alexandra Ulmer em Caracas)