SÃO PAULO (Reuters) - Depois de assinar em novembro compromisso de filiação ao Patriota, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) acertou nesta sexta-feira seu ingresso no PSL para disputar a Presidência da República pelo partido na eleição deste ano, anunciaram o parlamentar e o presidente da legenda, Luciano Bivar, em nota.
"O presidente nacional do Partido Social Liberal, Luciano Bivar, e o deputado federal Jair Bolsonaro comunicam aos órgãos de imprensa e a toda a sociedade que estão juntos em defesa do projeto que irá mudar o Brasil a partir do próximo ano", afirma a nota conjunta assinada por ambos e divulgada pela assessoria de imprensa do deputado, que ocupa a segunda posição nas pesquisas de intenção de voto para a eleição de outubro.
A nota afirma ainda que o PSL recebe "com muito orgulho" a pré-candidatura de Bolsonaro ao Planalto e o deputado, por sua vez, afirma que se sente abrigado "com muita honra" na nova sigla.
"Tanto para o presidente Luciano Bivar, quanto para o deputado Jair Messias Bolsonaro, são prioridades para o futuro do país o pensamento econômico liberal, sem qualquer viés ideológico, assim como o soberano direito à propriedade privada e a valorização das Forças Armadas e de segurança", afirma a nota.
Capitão do Exército na reserva e defensor do regime militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985, Bolsonaro já elogiou o presidente dos EUA, Donald Trump, que tem adotado uma política protecionista em seu governo.
Em entrevista à Reuters em setembro, o deputado defendeu uma política de restrição à compra por investidores chineses de empresas brasileiras. [nL2N1M8296]
Antes de acertar a filiação ao PSL, Bolsonaro havia assinado em novembro do ano passado um compromisso de se filiar ao PEN (Partido Ecológico Nacional), que mudará de nome para Patriota.
A ida do presidenciável ao PSL já gerou racha no partido com um grupo autodenominado Livres, que defendia a renovação da sigla, anunciando que deixará o PSL. Entre os nomes que haviam aderido ao Livres recentemente está o da economista Elena Landau, que atuou no governo Fernando Henrique Cardoso e havia deixado o PSDB.
"A chegada do deputado Jair Bolsonaro, negociada à revelia dos nossos acordos, é inteiramente incompatível com o projeto do Livres de construir no Brasil uma força partidária moderna, transparente e limpa", afirmou o Livres em sua página no Facebook.
Pesquisa Datafolha divulgada no início de dezembro coloca Bolsonaro isolado na vice-liderança da preferência do eleitorado, atrás apenas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
(Reportagem de Eduardo Simões)