GENEBRA (Reuters) - O chefe de direitos humanos da Organização das Nações Unidas disse nesta quarta-feira que há um “clima generalizado de intimidação” no Egito nas preparações para a eleição presidencial deste mês, marcadas por prisões, tortura de detidos e “silenciamento” da mídia independente.
No Cairo, o Ministério das Relações Exteriores do Egito rejeitou os comentários como “acusações sem fundamento”.
“O Ministério das Relações Exteriores solicita ao alto comissário para Direitos Humanos a parar de atacar o Estado egípcio sem qualquer direito e ao invés disto adotar uma abordagem profissional e objetiva, e prestar atenção ao progresso alcançado na área de democratização”, informou o ministério em comunicado.
O Egito aumentou uma repressão contra veículos de mídia que julga estarem publicando reportagens que podem prejudicar segurança nacional, conforme o país se aproxima de uma eleição na qual o presidente Abdel Fattah al-Sisi possui praticamente garantido um segundo mandato, e o Exército luta para derrotar militantes do Estado Islâmico na Península do Sinai.
Zeid Ra’ad al-Hussein, em um relatório anual enviado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, disse: “Possíveis candidatos foram supostamente pressionados a se retirar, alguns através de prisões”.
“A legislação impede candidatos e apoiadores de organizarem manifestações. A mídia independente tem sido silenciada, com mais de 400 sites da mídia e de ONGs completamente bloqueados”, acrescentou.