Por Tuvan Gumrukcu e Tulay Karadeniz
VARNA, Bulgária (Reuters) - Líderes da União Europeia disseram que conversas nesta segunda-feira com o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, não forneceram respostas para uma longa lista de preocupações, incluindo a intervenção turca na Síria e prisões de jornalistas no país.
Em uma cúpula que a Bulgária, país-sede, descreveu como “carregada de grande tensão”, o bloco prometeu manter fundos para um acordo de refugiados com Ancara, mas a desapontada Turquia exige maiores laços comerciais ou viagens livres de vistos para a Europa.
Apesar de críticas de governos europeus sobre o que muitos veem como crescente autoritarismo de Erdogan, líderes da UE deixaram a porta aberta para a candidatura paralisada da Turquia para participação no bloco, mas disseram que somente ele pode agir para remover obstáculos à admissão.
“Eu levantei todas as nossas preocupações, como vocês sabem era uma lista longa”, disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a repórteres após as conversas na cidade portuária de Varna.
“Se vocês me perguntam se nós alcançamos algumas soluções ou compromissos – minha resposta é: não”, acrescentou. “Nossa posição é clara – somente progresso nestas questões irá nos permitir melhorar relações entre UE e Turquia, incluindo o processo de admissão.”
Erdogan, que alarmou o Ocidente com uma grande repressão desde uma tentativa fracassada de golpe em julho de 2016, permanece um importante aliado na Otan, liderada pelos Estados Unidos, e na luta contra militantes islâmicos. A Turquia é um destino para muitos sírios que fogem da guerra.
A Turquia compartilha fronteiras com o Iraque e a Síria, assim como influência com a Rússia na região do Mar Negro, mas a UE ainda é seu maior investidor estrangeiro e parceiro comercial.