Por Christine Murray
MONTERREY (Reuters) - O candidato de esquerda Andrés Manuel López Obrador tem uma dianteira de 18 pontos para a eleição presidencial de 1º de julho no México, segundo uma pesquisa publicada nesta segunda-feira que o mostrou com uma vantagem crescente no início oficial da campanha.
López Obrador, que lançou sua campanha no domingo, tem 38 por cento das intenções de voto, de acordo com a sondagem da consultoria Parametria, divulgada pela Reuters nesta segunda-feira antes de uma distribuição mais ampla -- a pesquisa anterior apontava 35 por cento.
Uma vitória de López Obrador pode representar um governo mexicano menos conciliador com os Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, vem insuflando tensões com o México na arena comercial e adotando ações agressivas contra a imigração.
López Obrador expressou apoio ao Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), mas seu plano de rever contratos de petróleo recém-firmados provocou o temor de que ele prejudique os investimentos estrangeiros.
Um dos fatores que pareceram ampliar sua vantagem foi a eliminação de dois postulantes independentes, que não obtiveram o número exigido de assinaturas para concorrer.
A sondagem anterior não é uma comparação exata por ainda incluir os candidatos agora desqualificados.
Nem o segundo colocado Ricardo Anaya nem o terceiro colocado José Antonio Meade deram qualquer sinal de que se aproximarão do ex-prefeito da Cidade do México.
"López Obrador está rompendo seu teto... ele está crescendo de uma maneira inesperada", disse Francisco Abundis, fundador da Parametria.
Anaya, que concorre pela coalizão de centro-esquerda "Pelo México à Frente", tem 20 por cento da preferência do eleitorado, tendo aparecido com 21 por cento no levantamento anterior.
Meade, ex-ministro das Finanças que representa o governista Partido Institucional Revolucionário (PRI), continua com 16 por cento das intenções, e a candidata independente Margarita Zavala foi de 10 para 13 por cento das intenções em relação à pesquisa anterior.
Um fator que pode alterar o quadro é o primeiro debate televisivo entre os candidatos, marcado para o dia 22 de abril.
Entre os entrevistados, 13 por cento dos entrevistados não responderam, disseram não conhecer ou não poder escolher nenhum dos nomes listados. A sondagem com 800 pessoas tem margem de erro de 3,5 pontos percentuais e foi realizada entre 23 e 28 de março, portanto antes do lançamento oficial das campanhas.