SÃO PAULO (Reuters) - Em um dia marcado por certa tranquilidade, o dólar tinha leve queda ante o real nesta terça-feira, de olho na cena externa e após feriado em São Paulo na véspera que manteve o mercado de câmbio praticamente parado.
Como pano de fundo, permanecia a cena política local a poucos meses das eleições presidenciais de outubro e o imbróglio jurídico do fim de semana que envolveu a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Às 11:57, o dólar recuava 0,64 por cento, a 3,8438 reais na venda, depois de ter fechado na sexta-feira em baixa de mais de 1,5 por cento. O dólar futuro caía 0,60 por cento.
"O mercado parece não estar se preocupando muito com o que aconteceu com o ex-presidente, mas está todo mundo de olho nos próximos capítulos", afirmou o operador de câmbio da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.
Depois de vaivém que durou praticamente todo o domingo passado, o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), Carlos Eduardo Thompson Flores, decidiu acatar recurso do Ministério Público Federal e manteve a prisão de Lula, pré-candidato do PT à Presidência e tido pelo mercado como alguém menos comprometido com o ajuste fiscal.
Antes da decisão de Thompson Flores, o desembargador Rogerio Favreto, responsável pelo plantão do TRF-4, chegou a determinar por três vezes que Lula fosse solto.
No exterior, o dólar tinha leve alta ante uma cesta de moedas e algumas moedas de países emergentes, como o peso chileno, num dia marcado por relativa tranquilidade diante do cenário de guerra comercial global.
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 14 mil swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em agosto, no total de 14,023 bilhões de dólares.
Com isso, rolou o equivalente a 4,2 bilhão de dólares do total que vence no próximo mês. Como tem feito recentemente, o BC não anunciou intervenção extraordinária no mercado de câmbio para este pregão, por enquanto.
"Não vejo motivos para o BC voltar a atuar. Não há necessidade de intervenção agora", afirmou Machado.
(Por Patrícia Duarte)