O candidato à presidência da República, Geraldo Alckmin, defendeu hoje (29), em Brasília, um plano plurianual de safra e a criação do seguro de renda para a iniciativa privada e de um fundo anticatástrofe para atenuar grandes prejuízos.
Essas e outras propostas foram apresentadas durante um encontro promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Conselho do Agro, que reúne entidades do setor agropecuário.
“Se conseguirmos equacionar bem o recurso de renda, vamos resolver as questões do endividamento e do crédito agrícola”, disse, se comprometendo a oferecer um crédito mais barato para estimular a atividade econômica.
No comércio exterior, ele defendeu o combate ao protecionismo, com a abertura de mercados e novos acordos comercias, inclusive com países do Pacífico.
Para garantir a oferta de produtos nos mercados internacionais, o candidato acredita que é preciso dar mais segurança jurídica aos empresários, defendendo a propriedade privada, reduzindo a margem de discricionariedade, tornando as leis autoaplicáveis e dialogando com os poderes.
A proposta do candidato do PSDB, ex-governador de São Paulo, é zerar o déficit primário em até dois anos, caso seja eleito.
“Isso vai aumentar a confiança e atrair investimentos para o país”, disse, destacando que a estimativa é que a dívida pública bruta [http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2018-01/tesouro-estima-que-divida-publica-chegue-748-do-pib] (que inclui tanto a dívida federal como dos estados e as compromissadas) chegue a R$ 5,3 trilhões, ou seja, 77% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o déficit primário (resultado das contas do governo excluindo os juros da dívida pública) previsto é de R$ 159 bilhões.
Segundo ele, isso pode ser feito com redução de despesas e reformas estruturantes, como a da Previdência.
“Nossa Constituição é detalhista e enciclopédica, temos que mudar isso”, disse, destacando que os primeiros meses de governo serão centrais para os arranjos e definição das reformas que serão feitas.
Alckmin defendeu ainda a simplificação do sistema tributário, com o estabelecimento do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), uma boa política monetária e um câmbio competitivo para incentivar a atividade empreendedora.
Política fiscal
“Com uma boa política fiscal e zero de déficit primário, dá pra investir”, afirmou. A reforma política também é defendida pelo tucano, com o enxugamento no número de partidos, que hoje são 35.
Para a recuperação do emprego, ele quer investimentos em infraestrutura, com participação da iniciativa privada em concessões e parcerias públicos privadas, na recuperação de rodovias e integração de modais.
“Vamos ter uma agenda de competitividade, simplificação tributária, recuperação da capacidade de investimentos, tornando o dinheiro mais barato com a competitividade dos bancos, desburocratização, investimento na educação básica e abertura da economia”, ressaltou.
O candidato se disse ainda contrário ao tabelamento do frete, estabelecido após a greve dos caminhoneiros, em maio deste ano.
Ele também sugere uma política de reajuste mensal do preço dos combustíveis pela Petrobras (SA:PETR4) - hoje ele é diário - assim como um imposto regulatório para o insumo.
Tecnologia e inteligência
Na segurança área de pública, Alckmin defende o uso da tecnologia e inteligência no combate ao tráfico de drogas, armas e contrabando na fronteira.
Ele é favorável à posse e porte de armas na área rural, mas disse que é papel do governo combater as organizações criminosas e o roubo de equipamentos e defensivos agrícolas.
O candidato também recebeu o documento “O Futuro é Agro 2018-2030”, elaborado pelas entidades que integram o Conselho do Agro, com sugestões para a agenda do setor nos próximos anos.
A apresentação de Alckmin, na sede da CNA em Brasília, foi acompanhada por lideranças do agronegócio e autoridades, entre elas, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi.
Os candidatos Henrique Meirelles (MDB), Álvaro Dias (Podemos) e Marina Silva (Rede) também confirmaram presença no evento.