Por Scott Malone
BOSTON (Reuters) - Autoridades federais dos Estados Unidos acusaram um homem do Estado da Califórnia nesta quinta-feira de ameaçar matar funcionários do Boston Globe devido ao fato de o jornal ter tomado a dianteira de centenas de veículos de notícias do país na defesa da liberdade de imprensa de ataques do presidente Donald Trump.
Procuradores disseram que Robert Chain, de 68 anos, chamou os jornalistas de "inimigos do povo" em telefonemas ameaçadores, ecoando uma frase que Trump usou para criticar notícias desabonadoras durante sua campanha e em seu tempo no cargo.
"Em um momento de polarização política crescente, e em meio à incidência crescente de massacres a tiro, membros do público precisam policiar sua própria retórica política. Ou nós o faremos", disse Andrew Lelling, procurador de Massachusetts indicado por Trump, em um comunicado sobre a prisão.
Segundo os procuradores, Chain, que mora em Encino, na Califórnia, foi preso na quarta-feira e foi acusado de fazer comunicações ameaçadoras a um comércio interestadual. Se condenado, ele pode passar até cinco anos na prisão.
Os procuradores disseram que Chain fez 14 telefonemas ameaçadores ao Globe entre 10 e 22 de agosto, inclusive no dia 16 – dia da publicação dos editoriais pró-liberdade de imprensa –, quando ameaçou atirar na cabeça dos funcionários às 16h. Isso levou as autoridades a posicionar policiais do lado de fora do edifício do Boston.
"Embora tenha sido perturbador para muitos de nossos empregados serem ameaçados de tal forma, ninguém – de verdade, ninguém – permitiu que isso atrapalhasse o trabalho importante desta instituição", disse Jane Bowman, porta-voz do Globe, em um comunicado.
Não ficou claro de imediato se Chain contratou um advogado.