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Assembleia do FMI e do Banco Mundial termina sem consenso

Publicado 09.10.2010, 19:26
Atualizado 09.10.2010, 19:42

Teresa Bouza.

Washington, 9 out (EFE).- A assembleia anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial foi encerrada hoje em Washington com muitas promessas e falta de consenso, além da chamada à cooperação para solucionar problemas como a guerra cambial.

O próprio diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, declarou, em resposta à pergunta de um jornalista sobre o tímido tom do comunicado final, que as palavras são levadas pelo vento e o que é preciso partir para a ação.

"Podemos falar, falar e falar", disse o responsável do órgão, quem destacou que para solucionar os desequilíbrios existentes na economia global é necessário agir e buscar a cooperação.

O ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, deixou claro durante a reunião que em um mundo dividido em países emergentes fortes e desenvolvidos fracos o que impera é a máxima do "salve-se quem puder".

Não é de se estranhar que com esse espírito fiquem pendentes soluções para os temas mais polêmicos, como a reforma no próprio seio do FMI para dar mais voz aos países emergentes.

Strauss-Kahn ressaltou hoje que a responsabilidade fica agora com o Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes), cujos líderes se reunirão em meados do mês que vem em Seul (Coreia do Sul).

O comunicado final do encontro de hoje destaca, entre as tendências mais preocupantes, as tensões e a vulnerabilidade na economia global originada por fluxos de capital voláteis, as oscilações nos mercados cambiais e o crescente volume de reservas em alguns países.

Com essa conjuntura, os 187 países membros do FMI apoiaram hoje uma "ação urgente" para aumentar o papel de supervisão do órgão sobre as políticas macroeconômicas que possam representar uma ameaça à estabilidade.

"É necessário atuar de forma urgente para reforçar o papel da instituição e sua eficácia como um organismo global de supervisão macro-financeira e colaboração", destaca o comunicado.

O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, pediu hoje que o FMI reforce a vigilância dos mercados de divisas.

"Uma das missões centrais do FMI é a de realizar uma vigilância rigorosa do sistema monetário internacional", disse Geithner, quem acrescentou que o organismo "deve reforçar sua supervisão das políticas cambiais e das práticas de acumulação de reservas".

Como parte desse processo de maior supervisão, Strauss-Kahn declarou hoje que participará das consultas regulares da instituição com os grandes atores da economia global, incluindo Estados Unidos, a zona do euro, Japão e China.

O titular do FMI se referiu também à reforma interna do órgão para dar mais voz aos países emergentes.

Apesar da falta de consenso em relação ao tema, Strauss-Kahn disse hoje que o acordo está próximo e poderia acontecer nos próximos dias ou nas próximas semanas, mas ressaltou que as conversas são "difíceis" e ainda existem pontos de vista "divergentes".

O titular do órgão descartou que vá vincular o aumento de participação à situação das divisas, mas ressaltou que a concessão de mais voz e peso dentro do FMI presume maiores responsabilidades.

"Quanto mais central for seu papel, mais você necessita assumir obrigações na estabilização do sistema em seu conjunto", afirmou Strauss-Kahn em declarações que alguns observadores interpretaram como uma mensagem à China, que é acusada por seus parceiros comerciais de manter o valor de sua moeda artificialmente baixo. EFE

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