Bruxelas, 22 out (EFE).- O déficit público nos países do euro
alcançou no ano passado 2% do Produto Interno Bruto (PIB), contra
0,6% de 2007, apesar dos numerosos auxílios concedidos, o setor
financeiro não teve efeito orçamentário, mas sim sobre o nível de
dívida.
Segundo os cálculos divulgados hoje pelo Eurostat, o escritório
estatístico comunitário, as intervenções públicas nos bancos geraram
um desequilíbrio nas contas dos países da eurozona de 3,310 bilhões
de euros, uma queda de 0,1% do PIB.
Quanto à dívida pública - que para toda a área subiu para 69,3%
do PIB, a partir de uma queda para 66% de 2007 -, as operações de
compra de ativos, concessão de créditos e garantias subiram em 1,9%,
embora o impacto potencial futuro possa ser maior, de até 5,4%.
Esta é a primeira vez em que Eurostat informa sobre a repercussão
nas contas públicas dos países da UE das intervenções no setor
financeiro - excluindo o apoio aos outros setores e as medidas de
impulso à atividade econômica em geral.
Em termos de déficit, o Reino Unido é a nação que mais destinou
recursos para salvar instituições, com 5,847,5 bilhões de euros,
equivalentes a 0,4% do PIB (o déficit fiscal ficou em 6,9% do PIB).
O orçamento alemão foi outro que em 2008 se viu claramente
afetado pelas intervenções no setor financeiro, com 3,318,5 bilhões
de euros (equivalentes a um déficit de 0,13% do PIB), embora
alcançou fechar o ano em equilíbrio.
Quanto à dívida pública, a Holanda foi o país que assumiu uma
maior alta (de 45,5% para 58,2% do PIB) em operações de ajuda aos
bancos, que a elevaram para 81,431 bilhões de euros, 13,6% do PIB
nacional.
A dívida britânica subiu para 65,966,3 milhões euros (4,6% do
PIB) e a alemã em 53,519 bilhões (2,14% do PIB).
No longo prazo, o país que corre mais riscos pelos compromissos
assumidos com o setor financeiro é a Irlanda, onde a dívida poderia
aumentar - se forem executadas as garantias concedidas às entidades
- até 352,664 bilhões de euros, praticamente o dobro do PIB. EFE