Brasília, 29 mai (EFE).- O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou nesta quarta-feira em meio ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic, que passou de 7,5% para 8% ao ano, uma decisão unânime e que já era esperada pelo mercado.
Em comunicado, autoridade monetária assinalou que o Copom "avaliou que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declive e assegurar que essa tendência persista no próximo ano".
Em abril, o órgão emissor começou o ciclo de altas da Selic com uma alta de um quarto de ponto percentual, após quase dois anos sem subir e após ter, no último mês de outubro, ao mínimo histórico de 7,25%, com dez reduções seguidas durante o governo da presidente Dilma Rousseff.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), por sua vez, comentou que "esse não é o momento de subir os juros" e seu presidente, Paulo Skaf, assinalou que o aumento pode reduzir "a capacidade de crescimento do país".
A alta coincide com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que registrou um avanço de 0,6% em relação aos últimos três meses de 2012. Embora tenha dado sinais de recuperação, o crescimento foi menor do que o mercado esperava (0,9%).
A Força Sindical também criticou o aumento da taxa Selic e interpretou a decisão como uma "alerta" aos trabalhadores, já que considerou que, apesar do bom nível de emprego, um aumento nos juros pode reduzir os recursos no investimento social.
A próxima reunião do Copom está programada para ocorrer dentro de 40 dias e, com o avanço da inflação, os analistas preveem que a tendência de alta das taxas de juros seguirá vigente no país. EFE