Pequim, 13 ago (EFE).- O Banco Popular da China voltou a desvalorizar nesta quinta-feira, pela terceira vez consecutiva, a taxa de câmbio de referência da moeda chinesa e a estabeleceu em 6,401 iuanes por dólar, 1,11% a menos que ontem.
Esta redução no valor da divisa chinesa fixada a cada dia pelo banco central se soma às desvalorizações de 1,62% de ontem e de 1,86% de anteontem, e inscreve-se dentro da reforma do sistema cambial adotado pela segunda maior economia mundial esta semana.
O iuane está controlado pelo governo chinês, que fixa diariamente sua taxa de câmbio de referência (chamada paridade central) e autoriza que no mercado ocorram oscilações em seu valor de até um máximo de 2% (em alta ou em baixa).
Com o novo mecanismo de estabelecimento da taxa de câmbio, o banco central fixa a paridade central do iuane em função de sua evolução no mercado de divisas.
A publicação na quarta-feira de indicadores que mostraram um arrefecimento econômico do gigante asiático empurrou em baixa a cotação no mercado da divisa chinesa, razão pela qual hoje o regulador decidiu diminuir de novo a taxa de câmbio do iuane.
Ao contrário dos dois anteriores, o banco central não publicou hoje nenhum comunicado para explicar o rebaixamento da taxa de câmbio referencial, mas já havia antecipado ontem, após a segunda desvalorização, que poderia haver "oscilações significativas" no valor da divisa em curto prazo.
As desvalorizações do iuane dos últimos dois dias sacudiram os mercados financeiros mundiais.
As bolsas europeias caíram cerca de 3% na quarta-feira após a segunda desvalorização da moeda chinesa e também provocaram abundantes perdas nos pregões asiáticos, embora Wall Street tenha se salvado na reta final das operações.
O banco central chinês justificou sua reforma no sistema cambial alegando que a paridade central do iuane havia se "desviado" nos últimos meses das expectativas do mercado, admitindo uma possível supervalorização de sua divisa que estava prejudicando à economia local.
Além disso, o emissor defendeu que o novo mecanismo responde mais às variações da oferta e a demanda no mercado que o anterior, o que representaria também um passo rumo à liberalização da segunda economia mundial.
No entanto, alguns analistas consideram que o governo chinês está tentando desvalorizar o iuane para tornar suas exportações mais competitivas, após a divulgação no fim de semana passado de que as vendas ao exterior do gigante asiático caíram 8,3% em julho.