Teerã, 1 jan (EFE).- O Banco Central iraniano tomará medidas para resistir às sanções impostas pelos Estados Unidos, segundo anunciou o gerente geral da entidade, Mahmoud Bahmani, em declarações divulgadas neste domingo pela agência oficial de notícias iraniana, "Irna".
Em reunião anual do Banco Central do Irã, que aconteceu com a presença do presidente Mahmoud Ahmadinejad, Mahmoud Bahmani esclareceu que com o planejamento e as medidas preventivas "as sanções terão um impacto mínimo no sistema bancário e outros setores econômicos" do país.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou no sábado uma lei de despesas de defesa para 2012, que além de impor uma custódia militar a todo preso por terrorismo, servirá para sancionar toda instituição estrangeira que negociar com o Banco Central iraniano.
A lei, que contempla um orçamento para despesas de defesa de US$ 662 bilhões, foi aprovada no início de dezembro pelo Senado.
Esta é a primeira ação direta contra o coração do sistema financeiro iraniano, algo que até agora a Casa Branca tinha se mostrado reticente a fazer por temor de possíveis repercussões sobre os preços do petróleo.
Grande parte da comunidade internacional, com os Estados Unidos à frente, acusa o Irã de ocultar sob seu programa nuclear civil outro de natureza clandestina e militar, cujo objetivo seria fabricar armas atômicas, alegações que Teerã rejeita.
A tensão entre Teerã e a comunidade internacional cresceu em fevereiro de 2011, depois que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou que seu país tinha começado a enriquecer urânio acima de 20%.
Meses antes, o regime iraniano tinha descartado uma proposta da Rússia, Estados Unidos e Reino Unido para enviar seu urânio a 3% ao exterior para que ser devolvido enriquecido a 20% em quantidade suficiente para manter seu programa nuclear civil.
Perante esta situação, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma nova rodada de sanções internacionais contra o Irã. EFE