Londres, 18 nov (EFE).- O Comitê de Política Monetária do Banco
da Inglaterra refletiu em sua última reunião uma profunda divisão
sobre a necessidade de manter ou aumentar a dotação do programa
"Alívio Quantitativo", que injeta dinheiro na economia britânica
através da compra de bônus públicos e privados.
A informação foi revelada nas atas da reunião publicadas hoje,
que refletem como alguns membros preferiam manter a dotação do
programa em 175 bilhões de libras (196,8 bilhões de euros) à espera
da evolução da economia, enquanto outros apontavam para a
necessidade de ampliá-lo em outros 40 bilhões de libras (44,9
bilhões de euros).
Finalmente foi imposta a decisão intermediária - respaldada pelo
próprio presidente do Banco da Inglaterra, Mervin King - de injetar
25 bilhões de libras (28,1 bilhões de euros) a mais no mercado de
bônus do Reino Unido.
Segundo as atas, o Comitê optou pela ampliação do programa diante
da "persistência das dificuldades para ter acesso ao crédito", e
reconheceu a necessidade de manter medidas "efetivas" como essa para
conseguir colocar a inflação dentro da meta do Governo de 2%, a
partir do índice atual de 1,5%.
Segundo os analistas, esta afirmação deixa as portas abertas para
novas injeções de liquidez nos próximos meses.
No total, desde que o programa foi iniciado, o Banco da
Inglaterra comprometeu um total de 200 bilhões de libras (224,9
bilhões de euros) para tentar reativar a concessão de créditos e,
através disso, o consumo, com o objetivo ainda não alcançado de
tirar o país da recessão.
Segundo os dados oficiais divulgados em outubro, o Produto
Interno Bruto (PIB) do Reino Unido se contraiu 0,4% entre julho e
setembro, sua sexta queda trimestral consecutiva.
Na mesma reunião, o Comitê de Política Monetária decidiu também
manter pelo oitavo mês consecutivo as taxas de juros no mínimo
histórico de 0,5%. EFE