Por Patrícia Duarte
SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Central deve atuar com "uma mão mais leve" no câmbio nas próximos sessões, diante de não haver expectativa de evento importante como foi a votação do impeachment na Câmara dos Deputados no fim de semana para trazer volatilidade ao mercado, disse à Reuters nesta terça-feira uma graduada fonte da equipe econômica.
"Dado o mercado hoje, o trabalho vai ser feito com uma mão mais leve", disse a fonte, que falou sob condição de anonimato. "Não tem um evento muito importante para as próximas horas e dias", acrescentou.
"O BC entra no sentido e na quantidade adequada... Se você entra no mercado acima do necessário, você acaba pesando demais", enfatizou.
Na semana passada, a autoridade monetária atuou pesadamente por meio de leilões de swaps reversos, equivalentes a compra futura de dólares, buscando conter a desvalorização do dólar às vésperas da votação do pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, aprovado pelos deputados no domingo.
Na segunda-feira, primeiro dia útil pós-votação do impedimento de Dilma pela Câmara, o BC anunciou e vendeu 68.840 contratos de swaps reversos da oferta de até 80 mil, fazendo com que a moeda norte-americana subisse 2,06 por cento ante o real.
Mas nesta terça-feira o BC não anunciou intervenção no mercado durante o pregão regular, algo que não fazia desde o fim de março. A ausência da autoridade monetária e o bom humor externo com a alta dos preços do petróleo fizeram o dólar recuar nesta sessão 1,92 por cento em relação à moeda brasileira, a 3,5283 reais na venda.
Apenas por meio dos leilões reversos, o BC reduziu ao todo até segunda-feira, dia 18, em cerca de 30 bilhões de dólares o seu estoque de swaps tradicionais, que equivalem a venda futura de dólares.