Berlim, 21 out (EFE).- Berlim lembrará os 20 anos da queda do
muro com o que já é conhecida como a Festa da Liberdade, um programa
de eventos que começará com um concerto dirigido pelo
argentino-israelense Daniel Barenboim e terminará com a derrubada de
um dominó gigante.
Cerca de mil de peças de dominó de 2,5 metros de altura serão
derrubadas na tarde de 9 de novembro em lembrança da queda domMuro
de Berlim, que conduziu à reunificação da Alemanha.
Essa espécie de muro artificial seguirá os passos da antiga
barreira de concreto, entre o Reichstag (sede do Parlamento alemão)
e a Potsdamer Platz, e passará também pelo emblemático Portão de
Brandeburgo, comumente palco de eventos.
Barenboim, que estava em Berlim quando o muro caiu, afirmou hoje
que 9 de novembro de 1989 foi um "dia inesquecível" e se disse
honrado em poder participar da comemoração.
"Eu ia dirigir um concerto com a orquestra filarmônica de Berlim
no dia 10 de novembro, mas quando cheguei de manhã ao ensaio, os
músicos comentaram que queriam um concerto para os cidadãos do leste
de Berlim. Fizemos dois dias depois", contou.
Com um recital de meia hora à frente da Staatskapelle de Berlim,
Barenboim abrirá a celebração com a música de compositores alemães
como Wagner e Beethoven.
Após o concerto, o novo muro simbólico será derrubado em três
fases. A última delas culminará perante o Portão de Brandeburgo, com
uma cascata de fogos de artifício.
No ato comemorativo discursarão os presidentes de França e
Rússia, Nicolas Sarkozy e Dmitri Medvedev, e o primeiro-ministro do
Reino Unido, Gordon Brown.
O prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, explicou que o presidente
dos Estados Unidos, Barack Obama, não estará nos eventos por
problemas de agenda, mas que enviará a secretária de Estado, Hillary
Clinton.
O presidente da Comissão Europeia (órgão executivo da UE), José
Manuel Durão Barroso, o ex-líder soviético Mikhail Gorbachov e o
Prêmio Nobel da Paz Mohammed Yunus também participarão do evento.
Wowereit afirmou que a revolução pacífica que conduziu ao fim da
República Democrática Alemã (RDA) "não teria sido possível" sem os
movimentos sociais surgidos em países como Polônia e Hungria.
Por esse motivo, o encarregado de derrubar a primeira parte do
dominó, de 1,5 quilômetros de extensão no total, será o
ex-presidente polonês Lech Walesa.
"Será um dia de alegria não só para Berlim e a Alemanha, mas para
toda Europa", afirmou Wowereit.
O programa musical incluirá shows de vários artistas, como a
banda Bon Jovi, e terminará com a música "We are one", composta pelo
músico alemão Paul van Dyck e outros artistas.
As centenas de peças, que serviram para que pessoas comuns de
todas as partes do mundo mostrassem sua arte, serão colocadas
seguindo a trilha do antigo muro em 7 de novembro e poderão ser
visitadas até dois dias depois, quando serão derrubadas.
Os atos e as exposições por ocasião do aniversário da queda do
muro começaram no início do ano, com a instalação de centros de
informação por toda a cidade sobre os eventos de 1989, e com uma
exposição sobre a revolução pacífica, exibida ao ar livre na
Alexanderplatz.
Nos dias antes da comemoração oficial, acontecerão os foros e
debates sobre o fim da divisão alemã, incluindo um na Fundação
Konrad-Adenauer que reunirá Gorbachov, o ex-chanceler Helmut Kohl e
o ex-presidente americano George H.W. Bush. EFE