Madri, 15 set (EFE).- O presidente do grupo espanhol Santander,
Emilio Botín, afirmou hoje que aplicar um imposto especial aos
bancos não reforçaria o sistema financeiro, mas "seria um obstáculo
para a recuperação" econômica.
"Os impostos ao setor financeiro não são as medidas adequadas
para evitar que o contribuinte tenha de assumir os custos de uma
crise: não resolvem nenhuma das causas que a originaram, nem ajuda a
preveni-las", revelou.
Em seu discurso na 3ª Conferência Internacional de Bancos, na
cidade financeira do Santander em Boadilla del Monte (Madri), Botín
advertiu que um imposto desse tipo seria uma medida "ineficiente e
discriminatória", que teria "efeitos distorcivos" e "consequências
negativas para a estabilidade financeira".
E isso porque "não há diferença entre entidades bem e mal
administradas" e porque "sua introdução pressupõe que as entidades
com problemas serão resgatadas".
"Para mim, as entidades não viáveis devem sair do mercado e não
serem resgatadas com dinheiro público", defendeu.
Botín insistiu que o setor bancário "tem de ter um papel-chave"
no incipiente processo de recuperação econômica e ressaltou que "não
há economia saudável sem bancos sadios".
Segundo ele, graças a "uma atuação decidida e coordenada" de
Governos e autoridades monetárias "fez-se frente à crise e evitou-se
o desastre", mas agora o desafio é "consolidar um crescimento
sustentado, apoiado em um sistema financeiro sólido, solvente e
eficiente".
Para isso, defendeu, entre outras medidas, melhorar a supervisão.
O Grupo Santander está presente, além da Espanha, em outros oito
países: Portugal, Alemanha, Reino Unido, Brasil, México, Chile,
Argentina e Estados Unidos. EFE