Havana, 9 jul (EFE).- Brasil e Cuba anteciparam negociações sobre
petróleo, portos e empresas mistas durante uma visita de dois dias à
ilha do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
Miguel Jorge, que liderou uma delegação de empresários brasileiros.
Miguel Jorge afirmou hoje em entrevista coletiva que "o mais
importante" de sua visita foi concretizar operações conjuntas para
construir um porto perto de Mariel, a oeste de Havana, e anunciou
que na próxima terça-feira a Petrobras abrirá um escritório na
capital cubana.
"A Petrobras já está em Cuba", ressaltou o ministro, que disse
ainda que a companhia "já começou a trabalhar" com testes sísmicos
no bloco que adquiriu em outubro na Zona Econômica Exclusiva cubana
no Golfo do México, para a prospecção e prospecção de petróleo.
Miguel Jorge acrescentou que esses estudos sísmicos "estão quase
concluídos" e se "está estudando como será o processo de
perfuração".
Sobre a construção do novo porto de Mariel, o ministro explicou
que o Brasil financiará uma parte da obra, cujo custo ultrapassa US$
600 milhões, mediante um crédito de US$ 300 milhões que o Governo
federal já tinha acertado com Cuba, embora originalmente para obras
viárias.
"O Governo cubano considerou que seria muito mais proveitoso e
estratégico para o país usar o financiamento para o projeto do
porto, porque vai gerar muita atividade econômica para Cuba",
explicou.
Além disso, a delegação brasileira conclui sua visita a Cuba com
o esboço de uma empresa mista que produzirá vidro na ilha e outra
que elaborará no Brasil produtos biotecnológicos com tecnologia
cubana.
Miguel Jorge lembrou que Cuba "se insere de maneira muito forte"
na estratégia de Brasília de se aproximar dos países do Caribe,
América Latina e África.
Em 2008, o comércio bilateral chegou a US$ 642 milhões, o que faz
do Brasil o sexto principal parceiro comercial de Cuba, segundo
dados oficiais cubanos.
De acordo com o Governo federal, no primeiro trimestre de 2009 a
troca bilateral chegou a US$ 131 milhões, 46,7% a menos que no mesmo
período de 2008.
Entre janeiro e junho deste ano, as exportações a Cuba somaram
US$ 114,4 milhões, com uma queda de 51% em comparação com o primeiro
semestre do ano passado. EFE