Rio de Janeiro, 1 dez (EFE).- Em novembro, o Brasil registrou superávit comercial de US$ 312 milhões, 48,9% inferior ao do mesmo mês do ano passado e o menor nos últimos 10 meses, informou nesta quarta-feira o Governo.
O saldo da balança comercial não era tão baixo desde janeiro, quando o país registrou déficit de US$ 177 milhões, e ficou perto em fevereiro, mês no qual alcançou superávit de US$ 390 milhões.
No mês de novembro o superávit foi quase seis vezes inferior ao de outubro, de US$ 1,853 bilhão.
Na deterioração da balança comercial nos últimos meses influenciou especialmente o forte salto das importações, que cresceram muito acima das exportações em consequência da depreciação do real frente ao dólar.
As importações em novembro somaram US$ 17,376 bilhões, 44,3% mais que no mesmo mês do ano passado, enquanto as exportações foram de US$ 17,688 bilhões, com crescimento de 39,8% frente novembro de 2009.
O aumento das compras externas se deve a forte apreciação do real, que reduziu o preço dos importados e a competitividade dos produtos brasileiros no exterior, e à recuperação da indústria nacional, que aumentou suas compras no estrangeiro.
Em outubro, o dólar chegou a estar em seu menor valor contra o real desde setembro de 2008, quando Brasil começou a sentir os efeitos da crise mundial.
O superávit comercial brasileiro nos 11 primeiros meses do ano foi de US$ 14,993 bilhões, inferior em 35,4% ao do mesmo período do ano passado, que foi de US$ 23,106 bilhões.
Entre janeiro e novembro as importações somaram US$ 166,064 bilhões, 43,9% mais que no mesmo período do ano passado, enquanto as exportações cresceram 30,7%, até os US$ 180,997 bilhões.
O comércio exterior brasileiro foi afetado ainda pela chamada "guerra cambial" causada pela depreciação feita por outros países, apesar das medidas adotadas pelo Governo para enfrentar a esse fenômeno.
Neste ano, prevêem os analistas, é possível que haja crescimento de 7,5% da economia brasileira e a forte apreciação do real pode causar uma acentuada queda do superávit comercial, que em 2009 foi de US$ 25,348 bilhões.
Os economistas dos bancos privados consultados na semana passada pelo Banco Central calculam que o superávit comercial cairá para US$ 16,3 bilhões este ano e US$ 9 bilhões em 2011. EFE