Moscou, 30 dez (EFE).- O Governo do Cazaquistão desmentiu hoje as
informações da imprensa ocidental sobre a suposta existência de um
acordo secreto para vender 1,35 mil toneladas de mineral de urânio
cazaque ao Irã por US$ 450 milhões.
"O Cazaquistão cumpre rigorosamente todas as exigências da
Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), portanto, fica
excluída qualquer venda (de urânio) à margem do regime de controle
da AIEA", declarou o Ministério de Exteriores cazaque.
O porta-voz da pasta, Erzhan Ashikbayev, anunciou que a
Chancelaria fará uma declaração após estudar a procedência das
informações sobre o suposto contrato com o Irã surgidas na imprensa
ocidental, segundo a agência russa "RIA Novosti".
Segundo estes meios de comunicação, que citam um relatório
preparado pelos serviços secretos para a AIEA, funcionários cazaques
e iranianos planejariam fechar nas próximas semanas o acordo secreto
para a venda de mineral de urânio ao regime de Teerã.
A AIEA considera que as reservas iranianas de urânio estão se
esgotando, enquanto, das 1,35 mil toneladas de mineral cazaque, o
Irã poderia extrair urânio suficiente para fabricar 150 cargas
atômicas para seu programa secreto de produção de armas nucleares.
Os serviços secretos não têm provas da participação do Governo do
Cazaquistão nesse acordo com o Irã, mas só de alguns funcionários,
por isso o Conselho de Segurança da ONU e a AIEA entraram em contato
com as autoridades cazaques para esclarecer a situação.
O Cazaquistão, que no ano passado foi o terceiro produtor mundial
de urânio, com a extração de 8,5 mil toneladas, este ano ocupou o
primeiro lugar no mundo, após ter aumentado a extração em mais de
60%.
A companhia atômica nacional cazaque Kazatomprom informou hoje
que, em 21 de dezembro, já tinha cumprido o plano anual, ao ter
extraído 13,5 mil toneladas de urânio, e que até o fim do ano
extrairia mais 400 toneladas. EFE