Chegam a Atenas credores privados para acertar redução da dívida

Publicado 18.01.2012, 11:49

Atenas, 18 jan (EFE).- Os credores privados da Grécia - representados pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF) - chegaram nesta quarta-feira a Atenas para retomar as negociações sobre o importante acordo para redução da dívida do país, depois do fracasso das negociações de sexta-feira.

Como informou à Agência Efe o Ministério das Finanças grego, está previsto que a delegação do IIF, liderada por Charles Dallara e o seu assessor especial Jean Lemierre, se reúna nesta tarde com representantes do Executivo heleno.

Dallara e Lemierre "reiteraram o compromisso de buscar um acordo sobre uma troca voluntária da dívida para a Grécia e pediram aos envolvidos trabalharem em direção a esta meta de boa fé com sentido de urgência", segundo comunicado do IIF, com sede em Washington publicado na terça-feira.

Na semana passada, Dallara e Lemierre reuniram-se em Atenas com o primeiro-ministro, Lucas Papademos, e o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, mas as negociações fracassaram.

Papademos, em entrevista ao jornal americano "The New York Times", demonstrou otimismo e afirmou que estava "muito perto de um acordo".

Não descartou, no entanto, obrigar os detentores de bônus a assumir a dívida se não aceitarem voluntariamente a participar da operação.

"É algo que tem de ser considerado à luz das expectativas sobre o grau de participação que se alcance", afirmou e reiterou: "Não se pode excluir".

O ponto central das conversas são as taxas de juros dos novos títulos de dívida que substituam os atuais nesta troca que, como ressaltou na semana passada o IIF, representa uma redução "sem precedentes" da dívida grega na mão da iniciativa privada, o que significa que seria perdoado em 100 bilhões de euros.

A imprensa grega indicou que o Governo pretende que o juro fique entre 4% e 5%, enquanto os bancos privados exigem que seja superior a 5%, após ter reduzido suas exigências iniciais, entre 6% e 8%.

Outra divergência é a legislação que se aplicaria aos novos títulos, que a Grécia quer que seja a sua própria, enquanto o IIF pretende que seja a normativa britânica.

O perdão de 50% da dívida privada é parte essencial do programa de resgate estipulado em outubro com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE), no valor de 130 bilhões de euros.

A imprensa grega publicou que vários fundos de alto risco que possuem dívida grega estão se negando a perdoar a dívida, porque os valores de seus bônus estão segurados com pelos derivados CDS (Credit Default Swaps).

Se Atenas obriga a uma reestruturação forçada e não voluntária, como se pretende, as agências de medição de risco podem declarar o ocorrido como uma moratória, o que ativaria o desembolso dos CDS e teria consequências imprevisíveis nas economias europeias e mundial.

A reunião ocorre na mesma semana em que chegam os chefes da chamada troika, os inspetores do Fundo Monetário Internacional, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu (BCE), para verificar se a Grécia está completando com seus compromissos de redução do gasto público. EFE

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.