Pequim, 2 nov (EFE).- O Governo chinês disse nesta quarta-feira que tomou nota da decisão grega de realizar um referendo sobre o plano de resgate europeu, e acrescentou que confia na União Europeia (UE) para aplicar as medidas para resolver a crise na zona do euro.
"A China sempre avaliou o desenvolvimento da União Europeia e da zona do euro, e acredita que é capaz de abordar as dificuldades. Continuaremos sendo um grande investidor no mercado europeu, além de estarmos dispostos a encontrar alternativas com a União Europeia que contribuam para a solução da crise", afirmou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores Hong Lei.
Hong reiterou que a "China trabalha com a comunidade internacional para impulsionar o crescimento e manter a estabilidade financeira internacional", apoiando os esforços do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da zona do euro para superar a crise.
Sem dar mais detalhes, o porta-voz destacou que Pequim confia nas medidas da zona do euro para solucionar os problemas e alcançar a estabilidade necessária.
Na última semana, o presidente do Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política Popular da China (CCPPC), Jia Qinglin, disse em Atenas que a China continuará cooperando economicamente com a Grécia e oferecerá novas propostas para fortalecer o comércio bilateral que alcançou US$ 4,35 bilhões em 2010, um aumento anual de 18,4%.
Os investimentos chineses na Grécia chegaram a US$ 500 milhões, e incluem o aluguel por mais de três décadas de um píer do porto de Pireo, enquanto os investimentos gregos na China são superiores a US$ 100 milhões.
Qinglin se pronunciou a favor de impulsionar a cooperação naval com a Grécia, o turismo e explorar novas áreas de colaboração, como o setor das energias renováveis. Ele também destacou que a Europa deveria aumentar a exportação de alta tecnologia à China e a criação de um ambiente de investimento propício às empresas chinesas.
Pequim manifestou a vontade de conhecer mais sobre o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) para decidir sobre novos investimentos em dívida soberana europeia.
Especialistas acreditam que talvez Pequim peça algo em troca, como o reconhecimento da China como economia de mercado, ou o fim das pressões para que valorize sua moeda nacional, o iuan.
Outros possíveis pedidos a Bruxelas são o levantamento do embargo de armas imposto após os incidentes da Praça da Paz Celestial em 1989, ou inclusive a participação de outros países emergentes do Brics (integrado também pelo Brasil, Índia, África do Sul e Rússia) no FEEF. EFE