Bruxelas, 7 fev (EFE).- A Comissão Europeia pediu nesta terça-feira aos países da União Europeia que se comprometam com o desenvolvimento de energias renováveis em um prazo de dois anos, quando será realizado o próximo Conselho de Ministros comunitários de Energia.
"Queremos estabelecer objetivos comuns e talvez alguns não vinculativos para 2030, e queremos fazer isto durante o mandato desta Comissão (que termina em 2014)", defendeu o comissário de Energia europeu, Gunther Oettinger, durante sua participação em uma conferência sobre o setor nesta terça-feira em Bruxelas.
O puxão de orelhas de Oettinger aquece os motores para a reunião de titulares do ramo da União Europeia, que será realizada na próxima terça-feira na capital comunitária.
"A bola está nas mãos dos estados-membros, os investimentos valem o esforço", garantiu a comissária europeia de Ação pelo Clima, Connie Hedegaard, que também respaldou neste mesmo fórum a necessidade da UE assumir novos compromissos vinculativos.
Tanto Oettinger quanto Hedegaard insistiram na necessidade de estabelecer estratégias européias sobre energia e para o desenvolvimento do setor das fontes renováveis em longo prazo, que ofereçam segurança aos investidores.
A redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) é o "denominador comum" sobre o qual os países membros devem trabalhar, ressaltou Oettinger, explicando que estes podem escolher diversas estratégias para cumprir os objetivos europeus.
Hedegaard advertiu sobre as consequências de a Europa manter a sua dependência de petróleo no futuro, pois esta matéria-prima irá alcançar preços de "três dígitos" no futuro.
A comissária defendeu a importância da economia verde na criação de empregos e garantiu que nos últimos cinco anos esta gerou 300 mil novos postos de trabalho na União Europeia, um número que poderia chegar a 2 milhões em 2020, segundo suas estimativas.
"Dizem que os empregos verdes são os mais caros, mas onde está a prova disto? Em nível mundial, o setor dos combustíveis fósseis recebe sete vezes mais apoio que o das renováveis", destacou Hedegaard.
A comissária exemplificou as ajudas estatais que recebem os setores pouco rentáveis, como o do carvão espanhol, onde cada posto de trabalho está subvencionado com 73 mil euros por ano.
"Continuar como está até agora não sairá de graça", advertiu a comissária. EFE