Bruxelas, 20 nov (EFE).- Os líderes das principais companhias da
Europa se reuniram hoje com o presidente da Comissão Europeia (órgão
executivo da UE), José Manuel Durão Barroso, para ressaltar que
querem que a cúpula de Copenhague (Dinamarca) permita um "acordo
ambicioso" sobre mudança climática.
O presidente da Philips, Garrett Forde, afirmou em coletiva de
imprensa que a transição para uma economia com menos emissões é uma
oportunidade de negócio que não deve ser desperdiçada, mas ressaltou
que para impulsionar a mudança é necessário apoio financeiro público
e uma conscientização da cidadania.
As empresas foram representadas por três plataformas - "European
Climate Foundation", "The EU Corporate Leaders Group" e "3C Combact
Climate Change"- que concordaram que um "acordo forte" em
Copenhague provocaria a mudança que a economia mundial precisa nas
próximas duas décadas.
Os líderes empresariais também entregaram a Barroso uma cópia da
declaração em que a indústria internacional define sua posição para
a cúpula de Copenhague, um documento divulgado nas Nações Unidas em
setembro passado.
O texto já foi assinado por 750 companhias de mais de 50 países -
incluindo Brasil, Estados Unidos, China, Índia, Brasil, Rússia,
Japão, Austrália e Canadá, além dos da UE - e solicita um "acordo
global, equitativo, ambicioso e robusto" sobre mudança climática que
responda "de forma crível à dimensão e urgência da crise que o mundo
enfrenta hoje".
Em paralelo, o presidente da gigante sueca do setor de energia
Vattenfall, Lars G. Josefsson, entregou a Barroso um "medidor de
progresso" que avalia os avanços para uma economia de baixas
emissões de carbono.
Barroso reconheceu após a reunião que as companhias enviaram um
sinal claro de que querem um acordo ambicioso em Copenhague, já que,
para ele, é o momento adequado para a ação e representa uma
oportunidade de negócio que a UE deveria aproveitar.
"Na Europa, o investimento em energias renováveis poderia gerar
90 bilhões de euros, criar mais de 700 mil novos empregos e reduzir
a despesa em importações de petróleo em 45 bilhões de euros ao ano
em 2020", assegurou.
O líder do Executivo comunitário afirmou que embora em Copenhague
não se alcance um "tratado", se deve pelo menos tentar fechar um
"acordo operacional baseado em compromissos políticos reais de todas
as partes, aos que contribuam os principais atores e sejam
respaldados ao mais alto nível político".
Para Barroso, seria um primeiro passo que depois deveria se
concretizar em um tratado confeccionado com mais detalhes.
Segundo ele, é preciso conseguir em Copenhague apoiar o objetivo
de impedir que a temperatura do planeta se eleve mais de 2 graus
centígrados, assim como concretizar reduções de CO2 a médio prazo
para os países desenvolvidos e ações significativas de cortes para
as nações em desenvolvimento.
"Queremos manter a essência de Kioto, mas incluir os grandes
poluidores que não assinaram ou ratificaram o protocolo ou que não
tinham compromissos específicos", ressaltou. EFE