Juan Palop.
Berlim, 12 dez (EFE).- Em 2011, a crise da dívida na zona do euro desacelerou a forte recuperação econômica da Alemanha, mas, ao mesmo tempo, reforçou a liderança da chanceler Angela Merkel dentro do seu partido, no país e na União Europeia (UE).
A principal força econômica da região sucumbiu diante da recessão na Europa, dos problemas de capitalização e do desastre grego.
A previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que era de 3,6% em meados do ano, foi rebaixada para 2,9% em outubro. Em 2012, a expectativa é de aceleração mínima, de apenas 1%.
Após a recessão de 2009 e a recuperação de 2010, o desempenho da economia alemã sofreu um revés com a crise da dívida. Apesar disso, os números de desemprego e déficit público no país continuam sendo os melhores do continente.
Mas se a economia não anda muito bem das pernas, a popularidade de Angela Merkel, que enfrentou dificuldades em meados de 2011, está em crescimento. A chanceler chegou a ser atacada por partidos que compõem o governo de coalizão, além de receber críticas da oposição de esquerda.
A porcentagem dos alemães satisfeitos com a atuação da líder ficou em 57% em novembro, segundo índices da rede de televisão local "ARD". Em julho, agosto e setembro esses números foram de 41%, 45% e 47%, respectivamente.
Além disso, seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU), manteve-se como a principal força política no país no final da legislatura, com uma taxa de apoio que variou entre 32% e 35% no segundo semestre do ano.
No entanto, 2011 não foi um bom ano eleitoral para a CDU em âmbito regional, pois em seis estados federados o partido venceu a votação em apenas um, contra quatro do Partido Social-Democrata (SPD) e um do Partido Verde.
Por outro lado, o apoio da CDU a Merkel é maior do que nunca, como ficou comprovado no congresso nacional do partido, realizado em novembro, e no qual todas as propostas da chanceler foram aprovadas.
As medidas da líder, quase todas econômicas e de caráter continental, incluíam uma maior integração fiscal da zona do euro, as sanções automáticas aos membros da eurozona e a reforma dos tratados da UE. Além disso, descartavam a utilização dos eurobônus.
A chanceler alemã também conseguiu o apoio da maioria do Bundestag (parlamento do país) cada vez que liderava o bloco europeu para tentar conter a crise da dívida, com propostas como o segundo resgate da Grécia e a ampliação do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF).
Merkel conseguiu em todas essas ocasiões não só o voto dos partidos governistas, como também da oposição. A evolução da crise da dívida no Continente trouxe Angela Markel para o centro dos holofotes na Europa, ao lado do presidente francês, Nicolas Sarkozy.
Os vários comunicados conjuntos emitidos pelos dois países e os encontros entre os dois chefes de estado fortaleceram a chanceler, que anteriormente era considerada uma líder indecisa. EFE