Dalai Lama e venda de armas a Taiwan aumentam tensões entre EUA e China

Publicado 02.02.2010, 07:38
Atualizado 02.02.2010, 08:34

Pequim, 2 fev (EFE).- As relações entre Washington e Pequim atravessam momentos de forte tensão após a divulgação da intenção do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de se reunir com o Dalai Lama e de vender armas a Taiwan.

O encontro entre Obama e o líder tibetano "danificará seriamente as relações" e "será irracional e prejudicial" caso aconteça, disse hoje em entrevista coletiva Zhu Weiqun, subdiretor do Departamento da Frente Unida do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh).

Zhu assegurou que, caso a reunião aconteça, seu país vai tomar "as medidas necessárias". Além disso, afirmou que Pequim "se opõe à tentativa de qualquer força estrangeira de interferir em assuntos internos da China usando o Dalai Lama como desculpa".

Na recente visita do Dalai aos EUA e em um gesto para a China, Obama não se reuniu com o líder tibetano, também agraciado com o Nobel da Paz (1989), sendo o primeiro presidente americano a agir dessa forma.

No entanto, o líder americano enviou uma delegação governamental a Dharamsala (sede do Governo tibetano no exílio) e prometeu um encontro com o Dalai.

O Governo chinês considera o líder tibetano um separatista, enquanto este procura uma maior autonomia para o Tibete e um aumento do território.

Pequim considera que a região autônoma do Tibete cobre apenas 1,2 milhões de quilômetros quadrados no sudoeste do país, enquanto círculos próximos ao líder tibetano incluem em sua nação zonas de outras províncias chinesas onde vivem tibetanos, que se estendem por pelo menos mais 1 milhão de quilômetros quadrados.

A advertência que a China enviou hoje a Washington acontece quatro dias depois que Pequim suspendeu seus intercâmbios militares com os EUA em resposta a seu plano de vender armas a Taiwan.

A respeito deste assunto, o Governo chinês confirmou hoje que vai sancionar as empresas americanas que participem da venda de armas à ilha.

"A China vai impor as sanções pertinentes àquelas companhias que vendam armas a Taiwan", afirmou em entrevista coletiva o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores, Ma Zhaoxu.

O Governo dos EUA informou na sexta-feira passada ao Congresso sua intenção de vender armas a Taiwan por um valor de mais de US$ 6 bilhões. Entre o armamento entregue, estariam incluídos helicópteros Black Hawk e baterias de mísseis Patriot.

A venda será efetivada se o Congresso americano não expressar oposição em um prazo de 30 dias.

Várias grandes companhias americanas participarão da operação. A aeronáutica Boeing, uma das firmas relacionadas, negou à Efe que o Governo chinês tenha entrado em contato para comunicar possíveis sanções e se limitou a assinalar que a firma conheceu a notícia pela imprensa.

Taiwan é um dos maiores motivos de conflito entre EUA e China, já que Pequim considera a ilha parte de sua soberania (apesar de estar autogovernada desde 1949) e exige que Washington pare de fornecerapoio militar.

"A venda de armas (a Taiwan) terá certamente um impacto sério em nossos intercâmbios e cooperações em muitos assuntos importantes e levará a consequências que não são bem-vindas por nenhuma das duas partes", acrescentou o porta-voz.

Por último, sugeriu o adiamento do diálogo bilateral de Direitos Humanos, previsto para o mês que vem.

O apoio dos EUA ao líder uigur Rebiya Kaader, o protecionismo comercial, a mudança climática, os direitos humanos, a valorização do iuane, ou o recente conflito entre Pequim e a companhia americana Google, são outros assuntos espinhosos que dificultam as relações bilaterais. EFE

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