Nova York, 23 nov (EFE).- A taxa de desemprego nos Estados Unidos
tende a cair lentamente no ano que vem, mas isto não impedirá os
consumidores de manter um duro controle sobre seus gastos, segundo
uma pesquisa da associação de economistas americana Nabe divulgada
hoje.
No mesmo levantamento, realizado entre os dias 24 de outubro e 5
de novembro, os especialistas elevaram a previsão de crescimento da
economia americana em 2010 para 3,2%.
De acordo com os resultados do estudo, a maior parte dos
economistas consultados considera que a destruição de postos de
trabalho nos EUA chegará ao seu nível mais baixo no primeiro
trimestre do ano que vem, mas a recuperação dos empregos deve
acontecer apenas em 2012.
Desde dezembro de 2007, foram fechados 7,3 milhões de empregos
nos EUA, o que levou a taxa de desemprego no país para 10,2%, seu
nível mais alto dos últimos 26 anos,
A maioria dos especialistas entrevistados considera que a perda
de empregos ocorrerá em um ritmo tão lento que, no final do próximo
ano, a taxa de desemprego rondará o patamar de 9,6%, o que
contribuirá para que os gastos dos americanos continuem contidos.
Mesmo assim, os economistas preveem avanços em setores como
habitação, graças às baixas taxas de juros. A construção de casas
novas deve crescer 36% em 2010, enquanto o investimento em imóveis
residenciais subirá 9% e seus preços, 2%.
Com esse crescimento líquido do setor imobiliário em 2010 - o
primeiro nos EUA desde 2005 -, os economistas preveem que o conjunto
da economia avançará em um ritmo próximo a 3,2% durante os quatro
trimestres de 2010, após crescer 3% nos três últimos meses deste
ano.
Essas duas últimas cifras são meio ponto percentual superiores às
previstas pelos economistas na pesquisa realizada pela Nabe em
outubro.
O estudo também mostra que, de acordo com os especialistas
consultados, o nível de gastos dos americanos tenderá a se manter
baixo, devido em grande parte ao temor causado pelo elevado índice
de desemprego, de modo que a taxa de poupança ficará perto dos 4% em
2010, a mais alta desde 1998.
Ao mesmo tempo, os economistas preveem que o dólar continuará
perdendo força, mas antecipam uma relativa valorização frente ao
euro; que a inflação seguirá baixa, que as empresas aumentarão suas
despesas e que o mercado subirá, com o índice S&P 500 avançando 9,5%
em 2010. EFE