Cannes (França), 4 nov (EFE).- O Brasil foi durante a cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que reúne as nações ricas e as principais emergentes) um dos países mais cortejados pela União Europeia (UE) para colaborar com seu fundo de resgate, mas a presidente Dilma Rousseff jogou um balde de água fria nos europeus.
"Não tenho a menor intenção de fazer nenhuma contribuição direta para o fundo de estabilização europeu", ressaltou Dilma na entrevista coletiva de encerramento da cúpula do G20.
A presidente se referia aos planos da UE, aprovados na semana passada, de ampliar o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) dos 440 bilhões atuais para até 1 trilhão de euros, para garantir o resgate dos países que precisarem.
Para atingir essa meta sem exigir contribuições adicionais aos membros da zona do euro, foi considerada a criação de uma entidade paralela que poderia ser aberta ao capital de países emergentes como Brasil e China.
Enquanto os chineses se mostraram cautelosos e afirmaram que precisam estudar com cuidado o projeto, o Brasil informou que pode ajudar a Europa, mas através do Fundo Monetário Internacional.
"Faço a contribuição para o FMI porque dinheiro brasileiro de reserva é dinheiro que você protege, foi tirado com suor do nosso povo, então, não pode ser usado de qualquer jeito. Aportamos no FMI pelo fato de que o fundo nos dá garantias", destacou.
Dilma frisou que sua postura é compartilhada pelos outros países do Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul) - embora a China não tenha anunciado publicamente, a presidente disse que o líder chinês, Hu Jintao, reconheceu que prefere contribuir também através do FMI. EFE