Dólar sobe ante o real com EUA considerando restringir vendas de software para a China

Publicado 22.10.2025, 17:07
Atualizado 22.10.2025, 17:21
© Reuters.

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - Após se manter muito próximo da estabilidade pela manhã, o dólar ganhou força ante o real no início da tarde desta quarta-feira e fechou a sessão em leve alta, repercutindo a notícia de que os Estados Unidos consideram restringir exportações de software para a China.

Com os investidores também atentos à questão fiscal brasileira, o dólar à vista terminou com leve alta de 0,14%, aos R$5,3976. No ano, porém, a divisa acumula queda de 12,65%.

Às 17h03 na B3 o dólar para novembro -- atualmente o mais líquido no Brasil -- subia 0,16%, aos R$5,4090.

Em um dia de agenda esvaziada de indicadores econômicos, o dólar oscilou em margens estreitas pela manhã no Brasil, sem uma tendência firme, enquanto no exterior a moeda norte-americana sustentava ganhos ante boa parte das divisas.

No início da tarde, porém, a moeda norte-americana ganhou força no Brasil, em movimento intensificado após reportagem da Reuters informar que o governo Trump considera um plano para restringir exportações de software para a China, de laptops a motores a jato. A medida seria uma possível retaliação dos EUA após o país asiático anunciar barreiras para vendas de terras raras.

Às 13h32, pouco depois da publicação da reportagem, o dólar à vista atingiu a cotação máxima intradia de R$5,4143 (+0,45%).

Operador ouvido pela Reuters pontuou que a moeda norte-americana ganhou força no Brasil após a notícia sobre o embate entre EUA e China, "e não voltou mais".

Naquele momento, o dólar também ganhou força ante outras divisas de países emergentes.

“Essa esticada que nos trouxe para a máxima intradia de R$5,41 veio bem alinhada com o movimento de piora lá em Nova York, e também em linha com um movimento de valorização do dólar perante outras moedas emergentes”, disse o diretor da assessoria FB Capital, Fernando Bergallo.

De fato, logo depois das 13h30 o índice de ações Dow Jones passou a ceder com mais intensidade em Nova York. “E o peso mexicano e o rand também estão se desvalorizando”, acrescentou Bergallo.

Ainda assim, o dólar fechou o dia apenas com uma alta leve ante o real, com os investidores atentos aos esforços do governo para equilibrar o Orçamento de 2026.

Na terça-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Executivo enviaria ao Congresso ainda naquele dia dois projetos de lei tratando dos principais temas da medida provisória 1303, sobre tributação de aplicações financeiras.

A MP, considerada crucial pelo governo para equilibrar o Orçamento de 2026, perdeu a validade no início deste mês após ser retirada da pauta de votação da Câmara dos Deputados.

No entanto, as propostas ainda não foram apresentadas ao Congresso.

Em viagem à Ásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode se reunir com o presidente dos EUA, Donald Trump, no próximo domingo na Malásia, conforme relatos da imprensa. Os dois participarão da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). O encontro, porém, ainda não tem confirmação oficial.

Pela manhã, o Banco Central vendeu 40.000 contratos de swap cambial para rolagem do vencimento de novembro. À tarde, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$1,514 bilhão em outubro até o dia 17.

Às 17h11, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,07%, a 98,908.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.