Dólar tem leve baixa com noticiário local compensando pressão externa

Publicado 25.08.2025, 17:08
Atualizado 25.08.2025, 17:40
© Reuters. Nota de dólarn01/06/2017nREUTERS/Thomas White

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista teve leve baixa ante o real nesta segunda-feira, na contramão dos ganhos da moeda norte-americana no exterior, conforme um noticiário local favorável ao mercado, incluindo a perspectiva para as eleições do próximo ano, superaram as pressões vindas do cenário externo.

O dólar à vista fechou em baixa de 0,15%, a R$5,5,4145.

Às 17h18, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,26%, a R$5,423 na venda.

A perda da divisa dos Estados Unidos nesta sessão estendeu o movimento observado na sexta-feira, quando o dólar caiu quase 1% em reação ao discurso do Federal Reserve, Jerome Powell, no simpósio econômico de Jackson Hole, em que abriu a porta para cortes na taxa de juros a partir de setembro.

Nesta segunda, por outro lado, foram fatores domésticos os responsáveis por valorizar a moeda brasileira. Pela manhã, os agentes financeiros reagiram positivamente a uma nova pesquisa Focus que reforçou a queda das expectativas de inflação de analistas consultados pelo Banco Central.

O levantamento apontou que a expectativa para a alta do IPCA em 2025 foi reduzida a 4,86%, de 4,95% antes, na 13ª baixa seguida de queda. Para 2026 a projeção caiu pela 6ª semana seguida, indo a 4,33%, de 4,40% no levantamento anterior.

Apesar de a previsão para 2025 permanecer acima do teto da meta perseguida pelo BC -- de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo --, a queda contínua das expectativas aponta para um cenário futuro de maior controle da inflação, o que os agentes veem como algo positivo.

Os investidores também reagiram bem a falas do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em um evento com empresários na capital paulista. Tarcísio é um dos principais nomes cotados para representar a direita na próxima eleição presidencial e é um dos nomes favoritos do mercado financeiro para o pleito.

"Cenário externo realmente seria contrário hoje a uma queda do dólar. Até abriu em alta, mas virou depois de falas do Tarcísio, que sinalizou uma possível candidatura à Presidência", disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

Na cotação mínima do dia, o dólar atingiu R$5,4019 (-0,38%), às 11h51. A máxima foi de R$5,4359 (+0,24%), alcançada logo após a abertura.

No exterior, por outro lado, o dólar avançava ante a maioria de seus pares, com ganhos fortes entre moedas emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano. O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,62%, a 98,447.

Os investidores reajustaram as posições da semana passada, quando a moeda dos EUA despencou globalmente após o discurso de Powell.

Ao longo desta semana, os mercados globais avaliarão a segunda estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA para o segundo trimestre, na quinta, e dados do índice PCE de julho -- o indicador de inflação preferido do Fed --, na sexta-feira.

Pela manhã, o Banco Central vendeu 25.500 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025.

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