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Dólar cai e volta à casa de R$3,30 com fiscal, BC e exterior

Publicado 08.07.2016, 12:35
© Reuters. Notas de real e dólar são exibidas em casa de câmbio do Rio de Janeiro, em foto ilustrativa
USD/BRL
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Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar recuava e voltava ao patamar de 3,30 reais nesta sexta-feira, com investidores exergando na meta fiscal para 2017 um sinal de comprometimento do governo com a austeridade e reagindo à ausência do Banco Central após cinco dias de intervenção no mercado para sustentar as cotações.

O real era de longe a moeda com maior valorização entre os principais mercados emergentes. O apetite por ativos de risco voltava nesta sessão após o mercado de trabalho dos Estados Unidos recuperar com força em junho, mostrando robustez na maior economia do mundo.

Às 11:22, o dólar recuava 1,71 por cento, a 3,3082 reais na venda, após atingir 3,2909 reais na mínima do dia, com queda de mais de 2 por cento. O dólar futuro caía cerca de 1,85 por cento nesta manhã.

"Temos tudo hoje: fiscal, exterior, BC. Tudo colabora para trazer o dólar de volta a esses 3,30 reais", resumiu o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.

O governo definiu na quinta-feira meta de déficit primário de 139 bilhões de reais para o governo central em 2017, abaixo do rombo de 170,5 bilhões de reais previsto para este ano. No entanto, não especificou como vai cumprir o esforço fiscal de 55,4 bilhões de reais necessário para atingir o objetivo.

Preocupações com a possibilidade de o presidente interino Michel Temer se contentar com uma meta pouco ambiciosa haviam contribuído para elevar o dólar frente ao real nas últimas cinco sessões. A moeda norte-americana foi amparada também pela intervenção do BC, que vendeu em cada um dos dias 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares.

Mas a autoridade monetária não anunciou qualquer intervenção para esta sessão, o que contribuía para trazer alívio ao câmbio. De maneira geral, investidores entendem que o BC quer evitar exageros no mercado e entrou no mercado para reduzir o ritmo de queda do dólar após marcar a maior queda mensal em 13 anos ante o real em junho.

© Reuters. Notas de real e dólar são exibidas em casa de câmbio do Rio de Janeiro, em foto ilustrativa

"O BC estava agindo como principal comprador de dólares no mercado brasileiro. Em um dia como hoje, em que tudo aponta para baixo, a ausência do BC chama atenção", resumiu o operador de um banco nacional.

O dólar também perdia valor nos mercados externos após a criação de vagas de trabalho nos EUA avançar mais do que esperado em junho, em mais uma evidência de que a economia recuperou ritmo.

O dado alimentou o apetite por ativos mais arriscados em todo o mundo, com operadores apostando que o Federal Reserve, banco central norte-americano, ainda evitará elevar os juros enquanto avalia as consequências da decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia.

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