México supera EUA como 2º destino da carne bovina brasileira, diz Abiec
Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista oscilava pouco ante o real nesta quarta-feira, apesar da pressão vinda do exterior, conforme os investidores se posicionavam para uma agenda doméstica cheia, que incluirá falas do ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central e a divulgação de dados econômicos.
Às 9h37, o dólar à vista subia 0,11%, a R$5,4400 na venda.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,06%, a R$5,435 na venda.
Os movimentos desta sessão tinham como pano de fundo a força da moeda norte-americana no exterior, principalmente frente a divisas emergentes, conforme agentes financeiros reajustavam suas posições após dias bastante negativos para o dólar, o que exercia pressão sobre o real.
A divisa dos Estados Unidos tem sofrido com a consolidação das apostas de operadores em torno da expectativa de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve em setembro, na esteira do discurso recente do chair Jerome Powell abrindo essa possibilidade.
Investidores também têm se afastado de ativos norte-americanos de forma geral diante de preocupações com ameaças à independência do banco central dos EUA, em meio à tentativa do presidente Donald Trump de demitir a diretora Lisa Cook.
O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,32%, a 98,582.
Na agenda doméstica, pela manhã o destaque será o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que concederá entrevista ao portal UOL às 11h, com transmissão ao vivo. Mais tarde, será a vez do presidente do BC, Gabriel Galípolo, que participará de congresso da Fenabrave, em São Paulo, às 14h.
Na agenda de dados, investidores avaliarão os dados de emprego formal do Caged para julho, a serem divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego às 14h30. No mesmo horário, o Tesouro Nacional publicará números da dívida pública federal para o mês passado.
Os agentes também continuam monitorando os desdobramentos do impasse comercial entre Brasil e EUA, após o governo de Donald Trump impor uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros.
"Os investidores monitoram a situação fiscal do Brasil, após um período de atritos intensos entre o Executivo e o Legislativo, e também após a primeira divulgação de um plano de mitigação dos impactos das tarifas dos EUA", disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
"Eles querem saber um pouco mais sobre a visão do governo em relação à possibilidade de uma desaceleração econômica por conta desses atritos, uma redução nos fluxos de exportação e o que isso significaria para a gestão da política fiscal", completou.