O dólar recua na manhã desta segunda-feira, 27, com o apetite por ativos de risco no mercado internacional. Lá fora, a moeda norte-americana se enfraquece ante outras divisas principais e algumas emergentes ligadas a commodities, como peso mexicano, após subir com força na sexta-feira passada em reação a dado de inflação do PCE dos Estados Unidos acima do esperado em janeiro apontando para um aperto de juros por mais tempo no país.
Os investidores aguardam indicadores dos Estados Unidos, como encomendas de bens duráveis e vendas pendentes de imóveis (10h30), e também declarações do diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) Philip Jefferson (12h30).
Os contratos futuros do petróleo exibem perdas moderadas, após oscilarem nas últimas horas, em meio a preocupações de que os juros dos EUA continuarão subindo e após relatos de que a Rússia suspendeu o fornecimento de petróleo por meio de um oleoduto à Polônia. A suspensão veio um dia após a Polônia entregar tanques Leopard para a Ucrânia.
No mercado local, os investidores digerem a piora das expectativas de inflação para 2023, 2025 e 2026 no Boletim Focus ao mesmo tempo em que aguardam uma definição para os combustíveis. A MP dos combustíveis expira amanhã.
No radar fica também o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em palestra no evento IDP Summit, entre 10h e 11h, em Brasília.
O mercado monitora ainda a escolha do substituto de Bruno Serra na diretora de Política Monetária do BC. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva estaria cogitando cogita os nomes de Luiz Awazu Pereira da Silva e Tony Volpon, ex-diretores do Banco Central no governo Dilma Rousseff, segundo a Folha de S.Paulo. O mandato de Serra expira amanhã, assim como o de Paulo Souza, diretor de Fiscalização, que tende a ser reconduzido ao cargo. De acordo com integrantes do governo, a escolha do sucessor de Serra pode ser adiada.
Volpon disse ao Valor Econômico que elevar a meta de inflação "não seria o fim do mundo, mas só deveria ocorrer com desinflação em curso".
Na pesquisa Focus, a mediana das projeções para o IPCA de 2023 subiu de 5,89% para 5,90%. Para 2024 permaneceu em 4,02%, mas para 2025 subiu de 3,78% para 3,80% e para 2026, de 3,70% para 3,75%.
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou deflação de 0,06% em fevereiro, após elevação de 0,21% em janeiro, ficando abaixo da mediana do Projeções Broadcast (+0,05%).
Já o Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 1,1 ponto em fevereiro, após queda de 0,2 ponto em janeiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice atingiu 92,0 pontos, o menor nível desde julho de 2020, quando havia atingido 89,8 pontos.
No câmbio, em véspera de definição da última Ptax de fevereiro, amanhã, o dólar pode ainda ficar volátil durante a sessão.
Às 9h20, o dólar à vista caía 0,34%, a R$ 5,1820. O dólar março recuava 0,62%, a R$ 5,1835.