O dólar opera em baixa na manhã desta segunda-feira, 25, alinhado à desvalorização externa da divisa norte-americana e dos rendimentos dos Treasuries, após a escolha de Scott Bessent para liderar o Tesouro dos EUA com a missão de conter a dívida do país. A queda é moderada em meio à espera do anúncio, no Brasil, de cortes de gastos, entre hoje e amanhã.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe hoje às 10 horas a minuta do pacote fiscal, incluindo o acordo feito com a Defesa, em reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O mercado já trabalha com o valor de R$ 70 bilhões em aperto fiscal nos próximos dois anos, mas a grande preocupação é com a estrutura.
Investidores olham também o bloqueio de R$ 6 bilhões adicionais ao orçamento deste ano, anunciado na sexta-feira à noite, além do boletim Focus e dados de transações correntes do país.
O déficit em conta corrente somou US$ 5,880 bilhões em outubro, o maior para o mês desde 2019. Já o investimento direto no País (IDP) ficou em US$ 5,717 bilhões no mês passado, acima da mediana das projeções de US$ 4,850 bilhões.
O fluxo cambial total do Brasil está negativo em US$ 1,174 bilhão em novembro, até a última terça-feira, 19, informou o Banco Central. O fluxo financeiro é positivo em US$ 717 milhões, e o comercial negativo em US$ 1,891 bilhão.
No Focus, a mediana para a inflação suavizada dos próximos 12 meses passou de 4,14% para 4,36%. Essa medida ganhou importância nas análises do mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, que valerá a partir de 2025.
A mediana de IPCA 2024 caiu de 4,64% para 4,63%, acima do teto da meta, de 4,50%. A mediana para a inflação de 2025 passou de 4,12% para 4,34%, mais próxima do teto, de 4,50%; e para 2026 passou de 3,70% para 3,78%, distanciando-se do centro da meta pela terceira semana seguida. A projeção para 2027 interrompeu uma sequência de 72 semanas e elevou na margem de 3,50% para 3,51%.
A mediana do relatório Focus para o déficit em conta corrente do Brasil em 2024 passou de US$ 46,47 bilhões para US$ 49,58 bilhões. Já a mediana para a cotação do dólar no fim de 2024 passou de R$ 5,60 para R$ 5,70.
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) arrefeceu a 0,04% na terceira quadrissemana de novembro, após alta de 0,15% na segunda semana. Com o resultado, o índice acumula valorização de 4,16% em 12 meses.
A confiança do consumidor cresceu 2,6 pontos em novembro ante outubro, a 95,6 pontos, na série com ajuste sazonal, maior patamar desde abril de 2014.
Às 9h45, o dólar à vista caía 0,38%, a R$ 5,7922. O dólar para dezembro cedia 0,25%, a R$ 5,7955.