Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia e rondava os 4,13 reais nesta terça-feira depois que a última pesquisa Ibope de intenção de votos mostrou um cenário mais adverso para o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), com perda de força no segundo turno.
Às 11:53, o dólar avançava 0,99 por cento, a 4,1284 reais na venda, depois de ter alcançado na máxima 4,1429 reais.
O dólar futuro tinha elevação de cerca de 0,85 por cento.
"As pesquisas mais recentes jogam um balde de água fria no otimismo 'antiesquerda' da semana passada e voltam a elevar o grau de cautela no mercado", escreveu a corretora H.Commcor em relatório.
A pesquisa Ibope divulgada na véspera mostrou Bolsonaro estacionado na liderança com 28 por cento das intenções de voto, e crescimento de Fernando Haddad (PT) na segunda posição. Em um cenário de segundo turno, Bolsonaro só não perde para Marina Silva (Rede).
O levantamento mostrou ainda que a rejeição ao candidato do PSL também cresceu, com 46 por cento, ante 42 por cento na pesquisa anterior.
Investidores preferem candidatos mais comprometidos com o ajuste das contas públicas e sua primeira opção seria o tucano Geraldo Alckmin. Mas como ele não tem conseguido avançar nas pesquisas, o mercado vinha aceitando Bolsonaro como alternativa a candidatos com perfil mais à esquerda.
"A possibilidade de vitória de Haddad no segundo turno traz cautela... O dólar, que havia passado por uma realização depois de testar os 4,20 reais, volta a ser o ativo de 'hedge' dos investidores para a eleição", avaliou o sócio da assessoria de investimentos Criteria Vitor Miziara.
O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. O BC já rolou até esta sexta-feira 8,720 bilhões de dólares em swaps cambiais do total de 9,801 bilhões de dólares que vencem em outubro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
No mercado externo, o dólar tinha leve baixa ante a cesta de moedas. Mas subia ante divisas de países emergentes, como o peso mexicano e a lira turca, além do peso argentino.
O presidente do banco central da Argentina, Luis Caputo, renunciou ao cargo nesta terça-feira e será substituído pelo secretário de Política Econômica, Guido Sandleris.