SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia frente ao real nesta segunda-feira, em linha com o exterior em meio a receios sobre a desaceleração da economia chinesa e à espera dos desdobramentos políticos no Brasil que podem levar ao afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff esta semana.
Mais uma vez, o Banco Central não anunciou intervenção no mercado de câmbio.
Às 10:32, o dólar avançava 0,48 por cento, a 3,5197 reais na venda, após cair 1 por cento na sexta-feira e voltar ao patamar de 3,50 reais.
"Dados fracos da China ainda têm a capacidade de mexer com os mercados, especialmente na ausência de outros fatores relevantes", disseram os analistas do banco Brown Brothers Harriman (BBH), em nota a clientes.
No exterior, o dólar avançava em relação a moedas de outros países emergentes após dados da China mostrarem que a exportações e importações do país caíram mais do que o esperado em abril, ressaltando a demanda fraca internamente e no exterior e esfriando expectativas de recuperação da segunda maior economia do mundo.
O dólar subia frente aos pesos mexicano e chileno, além de avançar em relação a uma cesta de moedas.
Os desdobramentos políticos no Brasil seguiam no radar dos investidores, com a espera pela votação do Senado na quarta-feira do afastamento temporário de Dilma que, se confirmado, levará o vice Michel Temer à presidência. Temer já indicou o ex-presidente do BC Henrique Meirelles como seu ministro da Fazenda, o que tem agradado o mercado.
"Para o mercado, a saída de Dilma é certa e a questão agora é se Temer conseguirá ser bem-sucedido", disse o economista da consultoria 4Cast Pedro Tuesta.
Até o momento, o BC não anunciou leilão de swap cambial reverso, equivalente a compra futura de dólares. Muitos operadores consideram o patamar de 3,50 reais como o piso que a autoridade monetária tentaria defender.
O BC atuou no início da semana passada, mas está ausente do mercado desde quarta-feira.
(Por Flavia Bohone)