Dólar recua após dados de inflação dos EUA consolidarem apostas de corte de juros pelo Fed

Publicado 12.08.2025, 09:10
Atualizado 12.08.2025, 10:16
© Reuters. Notas de dólarn14/02/2022nREUTERS/Dado Ruvic

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar à vista recuava ante o real nesta terça-feira, na esteira das perdas da moeda norte-americana no exterior, após dados de inflação em linha com o esperado nos Estados Unidos consolidarem as apostas de que o Federal Reserve poderá cortar a taxa de juros no próximo mês.

Às 9h54, o dólar à vista caía 0,59%, a R$5,4120 na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,42%, a R$5,445 na venda.

O governo dos EUA informou mais cedo que os preços ao consumidor no país subiram 0,2% em julho na base mensal, abaixo da alta de 0,3% registrada no mês anterior e em linha com a projeção de economistas em pesquisa da Reuters.

Em 12 meses, o índice de inflação chegou a 2,7%, mesmo patamar de junho e ligeiramente abaixo da alta de 2,8% esperada na pesquisa da Reuters.

O resultado consolidou as expectativas de que, após dados de emprego fracos para julho, as autoridades do banco central dos EUA poderão retomar os cortes de juros já a partir de seu próximo encontro, em setembro.

Operadores projetam quase 90% de chance de uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa em setembro, de acordo com dados da LSEG, com outro corte da mesma magnitude totalmente precificado para dezembro.

Com a taxa de juros caindo nos EUA, o dólar se torna menos atrativo para investidores estrangeiros, o que fomenta o apetite por moedas mais arriscadas, como o real e seus pares emergentes.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,19%, a 98,308.

Na cena doméstica, dados de inflação também estavam em foco, com o IBGE informando logo na abertura que o IPCA de julho avançou 0,26% em relação ao mês anterior, ante alta de 0,24% em junho e abaixo da expectativa de avanço de 0,37% em pesquisa da Reuters. Em 12 meses, o índice ficou em 5,23%.

Os números não pareciam ter grande influência no mercado de câmbio.

Investidores nacionais ainda continuam de olho em novidades sobre o impasse comercial entre Brasil e EUA, à medida que o governo enfrenta dificuldades para negociar com Washington e prepara um plano de contingência para ajudar empresas afetadas pela tarifa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump.

Do lado das negociações, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, relatou na véspera que uma conversa com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, anteriormente agendada para quarta-feira, foi desmarcada pelo governo norte-americano, o que ele atribuiu à atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Embora investidores viessem criando expectativa quanto à ligação, a reação do mercado à notícia tem sido modesta. Segundo Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, mesmo com o otimismo anterior a novidade não foi uma surpresa.

"A gente já imaginava isso, via que não se trata de uma negociação comercial, mas política. Então, enquanto não houver soluções políticas, não acredito em uma solução rápida para a taxação", afirmou Avallone.

Em relação ao plano de ajuda do governo, Haddad apontou na segunda que o pacote deve incluir linhas de crédito, adiamento de cobrança de tributos, compras governamentais de produtos que seriam exportados e reformas estruturais para estimular vendas ao exterior.

Os agentes financeiros aguardam o anúncio do plano com cautela, em meio a receios de que as medidas possam ter algum impacto fiscal relevante.

(Edição de Camila Moreira)

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