Petrobras eleva produção e bate recorde de exportação de petróleo
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou a sexta-feira perto da estabilidade ante o real, pouco abaixo dos R$5,40, com as cotações cedendo pela manhã após divulgação de um índice de preços mais baixo que o esperado nos Estados Unidos, mas se recuperando depois em sintonia com o exterior.
O dólar à vista fechou em leve alta de 0,14%, aos R$5,3930. Na semana, a divisa acumulou queda de 0,25% e, no ano, recuo de 12,72%.
Às 17h22, na B3 o dólar para novembro subia 0,13%, aos R$5,4005.
Pela manhã o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o CPI avançou 0,3% no mês passado, depois de ter subido 0,4% em agosto. Nos 12 meses até setembro, o índice teve alta 3,0%, após avançar 2,9% em agosto. Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,4% no mês e de 3,1% em relação ao ano anterior.
Os números fizeram os investidores elevarem as apostas de cortes sucessivos de juros nos Estados Unidos, o que pesou sobre os rendimentos dos Treasuries e sobre o dólar ante as demais moedas.
No Brasil, a moeda norte-americana à vista -- que até então oscilava perto da estabilidade -- marcou a cotação mínima de R$5,3609 (0,46%) às 10h06, já após o CPI.
Ainda pela manhã, no entanto, o dólar retomou o fôlego ante o real e se reaproximou da estabilidade, acompanhando o fortalecimento da moeda norte-americana também no exterior. Às 16h20, o dólar à vista atingiu a cotação máxima do dia, de R$5,3965 (+0,20%), para depois fechar pouco abaixo disso.
No Brasil, o aumento da perspectiva de corte da taxa básica Selic já no início de 2026 -- refletida na queda da curva de DIs (Depósitos Interfinanceiros) nesta sexta-feira -- também atuou para que o dólar saísse das mínimas da manhã e se reaproximasse da estabilidade, avaliou Laís Costa, analista da Empiricus Research.
Na abertura da sessão, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 -- considerado uma espécie de prévia da inflação oficial -- teve alta de 0,18% em outubro, depois de ter subido 0,48% no mês anterior. O resultado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,25%. A taxa do IPCA-15 em 12 meses até outubro foi a 4,94%, abaixo dos 5,32% de setembro e da projeção de 5,01% dos economistas.
Para alguns profissionais, os números do IPCA-15 e do próprio CPI elevaram as chances de um corte da Selic já em janeiro -- algo que, em tese, seria um fator altista para o dólar ante o real.
O diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, avaliou que o cenário atual não deixa muito espaço para o dólar renovar uma mínima no ano -- após ter marcado o menor valor de fechamento para 2025 em 16 de setembro, de R$ 5,2987.
“Este ano, fazer uma nova mínima é meio difícil. Com o Fed voltando a cortar juros, o dólar se aproximar de R$5,33 ou R$5,32 é razoável, mas talvez não muito abaixo disso”, avaliou.
No exterior, às 17h11 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,04%, a 98,894.
Na próxima segunda-feira, às 9h30, o Banco Central fará duas operações simultâneas no mercado de câmbio: venda à vista de US$1 bilhão e venda de 20.000 contratos (US$1 bilhão) de swap cambial reverso.
As duas operações simultâneas -- conhecidas como “casadão” -- têm efeito nulo em termos de exposição cambial, já que o BC, numa ponta, vende dólares no mercado à vista e, em outra ponta, compra dólares no mercado futuro (por meio do swap reverso). Ao fazer isso, o BC melhora a liquidez no mercado à vista, sem influenciar as cotações.
