Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar reverteu as altas vistas durante a manhã e passava a mostrar leves variações frente ao real nesta segunda-feira, em linha com o exterior, após o fracasso na tentativa de golpe na Turquia aliviar preocupações com tensões geopolíticas.
Às 12:56, o dólar recuava 0,04 por cento, a 3,2530 reais na venda, após fechar em queda nos quatro últimos pregões, acumulando desvalorização de 1,68 por cento sobre o real. Na máxima do dia, chegou a 3,2748 reais.
O dólar futuro caía cerca de 1 por cento no início desta tarde.
"A tendência geral do dia é de queda (do dólar), tanto aqui quanto lá fora. Essas altas que vimos ao longo da sessão são só ajustes pequenos, pontuais", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
No fim da tarde de sexta-feira, militares turcos disseram ter tomado o poder no país, provocando forte aversão a risco nos mercados globais.
O anúncio aconteceu com a maioria dos mercados brasileiros fechados, mas o dólar futuro reagiu com força e subiu a 3,30 reais, com alta de cerca de 1 por cento.
A tentativa de golpe foi mal-sucedida, porém, após multidões responderem ao apelo do Presidente Tayyip Erdogan para tomar as ruas e dezenas de rebeldes abandonaram seus tanques.
Com isso, dólar perdia terreno frente a moedas de países emergentes como os pesos mexicano e chileno.
No cenário local, investidores davam um respiro em meio ao recesso branco do Congresso, que tirava do foco principal o cenário político. "O mercado pode dar uma pausa, deixar um pouco de lado o caderno de política", disse o operador de uma corretora internacional.
Operadores aguardavam ainda a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana, para a qual a expectativa é de que o Banco Central mantenha a Selic nos atuais 14,25 por cento.
O BC novamente vendeu 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares, em leilão pela manhã. A autoridade monetária realizou operações idênticas a essa em todos os pregões deste mês exceto um.