Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar registrava leve queda ante o real na manhã desta terça-feira, com a permanência da cautela em relação aos efeitos da pandemia de coronavírus sendo compensada por dados comerciais chineses melhores do que o esperado.
A queda nas exportações e importações da China perdeu força em março, com os mercados respirando aliviados depois que dados da alfândega mostraram que as exportações caíram 6,6% em março sobre o ano anterior, melhorando ante a queda de 17,2% em janeiro-fevereiro. Economistas projetavam queda de 14% nos embarques em março.
"Os dados da balança comercial chinesa (mostram que) tanto importações como exportações tiveram quedas, mas quedas bem menores do que o mercado esperava", disse Filipe Villegas, estrategista da Genial Investimentos, em live no Youtube.
"Esses dados mostram que uma retomada gradual da economia chinesa está acontecendo, e que a cadeia mundial de suprimentos pode estar se adaptando melhor."
Além disso, segundo Villegas, sinais de enfraquecimento do contágio do coronavírus, principalmente na Europa, melhoravam o sentimento, com a possibilidade da suspensão de algumas restrições à atividade.
No exterior, algumas moedas arriscadas se beneficiavam das notícias esperançosas, com dólar australiano e peso mexicano ganhando em relação à divisa norte-americana. Contra uma cesta de rivais, o dólar cedia 0,27%
No Brasil, às 10:35 o dólar recuava 0,25%, a 5,1727 reais na venda, enquanto o dólar futuro tinha queda de 0,42%, a 5,1845 reais.
Na mínima do dia, o dólar chegou a tocar 5,1492 reais.
Apesar da leve recuperação da divisa brasileira neste pregão, o dólar já acumula alta de quase 30% em 2020, impulsionado por um cenário de falta de investimento e juros baixos no Brasil, além da cautela generalizada em meio à pandemia de coronavírus.
Analistas seguem citando a incerteza como fator que predominará nos mercados enquanto o surto continuar forçando a interrupção da atividade econômica no mundo todo.
Na véspera, o dólar spot subiu 1,86%, a 5,1855 reais na venda.
O Banco Central ofertará neste pregão até 10 mil contratos de swap cambial com vencimento em outubro de 2020 e janeiro de 2021.