Dólar vai abaixo de R$5,15 após crescimento acima do esperado da economia no 1° tri

Publicado 01.06.2021, 09:17
Atualizado 01.06.2021, 11:31
© Reuters. Dólar vai abaixo de R$5,15 após crescimento acima do esperado da economia no 1° tri
26/05/2020
REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração
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Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar aprofundava as perdas contra o real nesta terça-feira, chegando a tocar mínimas desde o início de janeiro, após uma expansão acima do esperado da atividade econômica brasileira no primeiro trimestre elevar expectativas em torno de um cenário doméstico mais benigno.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,2% entre janeiro e março, terceiro trimestre seguido de ganhos e voltando ao patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia.

O resultado ficou acima da expectativa mostrada em pesquisa da Reuters de ganho de 1,0% no período, depois de expansão de 3,2% no quarto trimestre de 2020.

Às 10h59, o dólar recuava 1,30%, a 5,1573 reais na venda. Na mínima do dia, o dólar caiu 1,51%, a 5,1465 reais na venda. O real tinha o melhor desempenho global nesta sessão.

O dólar futuro caía 1,23%, para 5,1670 reais. Na mínima, tocou 5,1600 reais, menor patamar desde 4 de janeiro (5,1215 reais).

Se continuar nesse caminho até o fim do pregão, a moeda norte-americana spot pode registrar seu menor nível para encerramento desde 21 de dezembro de 2020, quando fechou em 5,1232 reais.

"Os números do PIB foram muito bons, e isso tem impacto na percepção dos investidores em relação à recuperação econômica do país", disse à Reuters Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da Ourominas. "Por isso (o dólar) já abriu nesse movimento de queda."

Ainda assim, ele ressaltou que não é apenas o Brasil que tem expectativas melhores sobre o desempenho da economia: "Estamos vendo também uma atividade considerável nos Estados Unidos, e isso pode levar os investidores a dúvidas sobre um possível aperto monetário no país."

Nas últimas semanas, o radar dos mercados globais tem sido dominado por temores inflacionários na maior economia do mundo. Na sexta-feira passada, dados norte-americanos mostraram que um importante indicador de preços registrou seu maior ganho anual desde 1992.

Embora algumas autoridades do Fed tenham falado repetidamente que enxergam o pico inflacionário como temporário, outros formuladores de política monetária começaram a reconhecer que estão mais próximos de um debate sobre quando retirar parte de seu nível de apoio à economia.

"Num cenário de redução de liquidez e alta de juros nos EUA, os investidores correriam para a economia com menos risco e rendimento mais elevado (em relação aos patamares atuais)", explicou Cavalcante, destacando que esse movimento reduziria a busca por ativos de países emergentes. "Por isso, vamos ficar de olho nos dados norte-americanos desta semana."

Na sexta-feira, serão divulgados números importantes de emprego dos Estados Unidos.

Para Marcos Weigt, chefe de tesouraria do Travelex Bank, apesar dos sinais de pressão inflacionária no exterior e ruídos políticos e fiscais domésticos, o "balanço de riscos para o mercado de câmbio doméstico ainda é positivo".

Levando em consideração "a forte alta das commodities, que é boa para nossa moeda, a perspectiva de alta de juros no Brasil" e o "atraso" do real em relação ao comportamento de outras divisas de mercados emergentes, como rand sul-africano e peso mexicano, "continuo achando que a tendência do real é se valorizar", disse ele.

No acumulado de 2021, o dólar agora está em território negativo em relação ao real, com queda de aproximadamente 0,8%.

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26/05/2020
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A moeda norte-americana à vista fechou o último pregão em alta de 0,20%, a 5,2254 reais.

Nesta sessão, o Banco Central fará leilão de swap tradicional para rolagem de até 15 mil contratos com vencimento em novembro de 2021 e março de 2022.

(Edição de José de Castro)

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