Londres, 25 jan (EFE).- A economia britânica contraiu 0,2% entre outubro e dezembro em relação ao trimestre anterior, apesar de no conjunto do ano ter avançado 0,9%, informou nesta quarta-feira o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês).
A atividade reduzida em setores como a eletricidade e o gás por conta do clima temperado registrado de outubro a dezembro contribuiu para a contração do Produto Interno Bruto (PIB), sua primeira queda trimestral desde o mesmo período de 2010.
Por outro lado, durante 2011 a economia britânica cresceu 0,9% frente ao ano anterior, segundo informou nesta quarta em entrevista coletiva o economista-chefe da ONS, Joe Grice.
De acordo com o escritório, a produção no setor industrial caiu 1,2% no último trimestre de 2011, em comparação com o aumento de 0,2% registrado nos três meses anteriores.
Já o setor da construção civil se contraiu 0,5% entre outubro e dezembro, frente ao aumento de 0,3% do trimestre anterior.
Após os números do PIB serem divulgados, o ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, admitiu na emissora "BBC" que os dados são "decepcionantes", mas insistiu que a situação foi agravada pela crise na zona do euro.
Osborne disse que o Reino Unido tem um problema de dívida e que tentar solucioná-lo é ainda mais difícil pela situação dos países que compartilham a moeda única.
As baixas registradas no último trimestre evidenciam as dificuldades que o Banco da Inglaterra enfrenta, já que deve controlar a inflação mas não está disposto a elevar as taxas de juros neste momento, que se situam em 0,5%.
Entre as medidas tomadas pelo governo está a alta do Imposto sobre o Valor Agregado (IVA), que no ano passado passou de 17,5% para 20%, o que reduziu a despesa do consumidor.
Em declarações divulgadas nesta quarta pela imprensa britânica, o presidente do Banco da Inglaterra, Mervyn King, disse que o Reino Unido enfrenta uma recuperação que se apresenta "árdua, longa e com obstáculos", e não descartou medidas de estímulo econômico.
King admitiu que 2012 não será fácil, motivo pelo qual considerou provável que as taxas de juros se mantenham em um nível baixo.
"Ajudadas por políticas adequadas, a economia do Reino Unido e as do resto do mundo poderão se recuperar", considerou o presidente da instituição. EFE