Bruxelas, 13 nov (EFE).- Após cinco trimestres consecutivos
imersa na recessão, a economia europeia voltou a crescer entre julho
e setembro impulsionada pela recuperação de países como Alemanha,
França e Itália.
No terceiro trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) da
zona do euro cresceu 0,4% em relação aos três meses anteriores,
enquanto o da União Europeia (UE) avançou 0,2%, segundo os primeiros
dados divulgados hoje pelo Eurostat, o escritório de estatísticas do
bloco.
Alemanha e França, as dois maiores economias do euro, confirmaram
sua recuperação ao registrarem o segundo trimestre consecutivo de
crescimento.
O PIB francês cresceu 0,3%, enquanto o alemão fechou o terceiro
trimestre com uma alta de 0,7% e superou as expectativas de muitos
analistas.
Na mesma tendência de França e Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica
e Áustria voltaram a crescer neste trimestre.
No caso italiano, os dados confirmaram o fim da recessão de mais
de um ano com um crescimento de 0,6%, deixando a Espanha como a
única grande economia do euro que continua com números negativos,
com uma queda de 0,3% em seu PIB.
A leve melhora registrada pela economia espanhola, que anotou a
menor queda trimestral desde o começo da recessão, não evita que o
país fique claramente atrás da maior parte dos países da zona do
euro no processo de recuperação.
Além da Espanha, apenas Grécia (-0,3%) e Chipre (-1,4%) continuam
no vermelho entre os países da eurozona para os quais há dados.
A Comissão Europeia, o órgão executivo da UE, comemorou hoje os
números positivos do conjunto dos países do euro, mas advertiu que a
melhora da economia será "gradual", como indicou em suas previsões
para os próximos meses.
"Saímos da recessão, mas não do impacto da crise", afirmou a
porta-voz de Assuntos Econômicos do Executivo do bloco, Amelia
Torres, em declarações à imprensa.
Fora da zona do euro, o Reino Unido continuou com números
negativos (-0,4%), mas com dados melhores do que nos três meses
anteriores, enquanto Hungria (-1,8 %) e Estônia (-2,8%) registraram
as piores quedas trimestrais.
Com uma economia duramente atingida pela crise, a Lituânia deu um
giro radical nos últimos meses. Seu PIB cresceu 6% no último
trimestre contra uma queda de 7,7% no anterior.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2008, a economia na
área da moeda única teve contração de 4,1% entre julho a setembro,
enquanto a da UE caiu 4,3% na mesma contraposição de números.
Entre abril e junho, a economia da zona do euro teve queda de
4,9% na comparação com um ano antes. A da UE, por sua vez, se
retraiu 4,8% no período.
Por enquanto, todos os países com dados disponíveis apresentaram
quedas no PIB em termos anualizados.
Entre as principais economias comunitárias, a Alemanha registrou
baixa em relação ao ano anterior de 4,8 % (um ponto percentual a
menos do que no trimestre precedente) e a França, de 2,4% (0,5 ponto
percentual a menos).
A economia do Reino Unido se contraiu 5,2% em termos anualizados
(5,5% nos três meses anteriores); a da Itália, 4,6% (5,9% no
trimestre anterior); e a da Espanha, 4% (0,2 ponto percentual a
menos).
As piores evoluções anualizadas entre os 27 países da UE são as
de Estônia e Lituânia, com quedas em torno dos 15%.
Com os números de hoje, a Europa põe fim oficialmente a sua pior
recessão desde a Segunda Guerra Mundial. EFE