Brasília, 6 out (EFE).- O ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão, afirmou hoje que o Estado deve se "apropriar" da nova riqueza
petrolífera do pré-sal, mas esclareceu que isso não significa adotar
um modelo de "economia estatizado".
Lobão compareceu hoje perante uma comissão do Congresso para
explicar o marco regulador que o Governo propôs para o pré-sal,
cujas riquezas podem chegar a 80 bilhões de barris de petróleo.
A proposta do Governo, que deverá ser referendada pelo Congresso,
busca fortalecer o papel do Estado na indústria petrolífera através
da Petrobras, que seria a única operadora com presença garantida em
todas as jazidas e com uma participação de 30% em caso de sociedade
com firmas privadas.
"Não se trata de uma estatização da economia", disse o ministro,
que sustentou que o país está diante de "uma questão muito
particular".
"No passado, o Brasil optou por um modelo de privatização, mas o
pré-sal é uma questão muito particular, na qual é necessário que o
Estado se aproprie de uma riqueza que é do povo", disse.
Lobão também defendeu o regime de produção compartilhada que o
Governo propôs para o pré-sal e que, segundo ele, é o adotado por
"80% dos países" produtores de petróleo.
"É o modelo que melhor se adapta às áreas com grandes
concentrações de petróleo, como o pré-sal", afirmou. EFE