Quito, 26 nov (EFE).- O Governo do Equador propôs na Cúpula dos
países que compartilham a bacia amazônica, realizada hoje em Manaus,
que as nações ricas paguem uma "dívida ecológica" a aquelas que não
contribuíram na poluição mundial.
Em comunicado emitido hoje em Quito, o chanceler equatoriano,
Fander Falconí, que participou da reunião, disse que "é necessário
ter presente que do excesso de emissões por habitante no planeta
deriva uma responsabilidade ambiental histórica e atual que deve ser
calculada e concretizada".
"É responsabilidade dos Governos tomar medidas e, para os
Governos de países que historicamente não temos nenhuma ou pouca
culpa, o que procede é reivindicar a dívida ecológica", enfatizou
Falconí.
Disse também que "há vários estudos que mostram cálculos sérios
da dívida climática" e apontou que as "emissões anuais per capita de
dióxido de carbono, em países europeus, estão acima das 10 toneladas
e nos EUA quase alcançam 20 toneladas".
Acrescentou que "a média mundial é de cerca de quatro toneladas
(por habitante), mas muitos países pobres do mundo estão abaixo
dessa média. A humanidade em conjunto tem que reduzir as emissões em
50% ou 60%, quanto antes melhor", segundo relatórios do Painel
Internacional de Mudança Climática.
O chanceler equatoriano afirmou que seu país "vai inclusive além
da mera exigência da dívida ecológica, consciente que queimar as
reservas de carvão, petróleo e gás, ao ritmo atual, leva a um
desastre climático". EFE