Brasília, 20 out (EFE).- Segundo especialistas, 50% dos cerca de
200 milhões de habitantes no Brasil não têm redes de coleta de
esgoto, de acordo com as opiniões expressadas hoje em um seminário
sobre saneamento básico realizado em Brasília.
O presidente do Instituto Trata Brasil - especializado em
saneamento básico -, Raul Pinho, disse que só um terço do esgoto
gerado no país é tratado de forma adequada, o que qualificou de
"vergonha" que situa o Brasil entre as nações "mais deficientes do
mundo" nesse setor de infraestrutura.
O especialista admitiu que, durante os últimos três anos, o
Governo destinou cerca de US$ 5,7 bilhões para obras de saneamento,
mas disse que diferentes estudos do setor privado indicam que é
necessário investir cerca de US$ 254 bilhões para garantir redes de
esgoto a toda a população.
"É uma agenda que supera este Governo, porque o que faltam são
políticas de longo prazo", compatíveis com o crescimento da
população e das próprias cidades, afirmou.
Especialistas que participaram do seminário atribuíram a essas
carências a persistência de doenças como a diarréia, que, segundo
dados oficiais, todos os anos mata cerca de 2,5 mil crianças com
menos de 5 anos no país. EFE