Investing.com – O euro registrou uma queda impressionante ontem, caindo de cerca de US$ 1,0450 no início do dia para uma mínima no final do pregão de US$ 1,0235, um piso de 20 anos, e prossegue com as perdas nesta quarta-feira (6).
A fraqueza ontem seguiu-se à divulgação do PMI Composto para a Zona Euro, que registou o seu valor mais baixo em 16 meses. Hoje, o prolongamento do pessimismo veio com os números das vendas no varejo na zona monetária, que subiram, mas abaixo do esperado.
A Eurostat informou que as vendas no varejo aumentaram 0,2% em maio sobre o mês anterior, depois de queda de 1,4% em abril. Economistas consultados em pesquisa da Reuters esperavam um aumento de 0,4% no mês.
O sentimento negativo em relação ao euro é reforçado, também, pelos preços de gasolina na Europa, a crise política na Grã-Bretanha e um novo aumento nos casos de COVID-19 que levaram a novas restrições em Xangai.
A queda do euro foi também reforçada pela demanda por ativos portos seguros que beneficiou o dólar.
Os pedidos para a indústria alemã surpreenderam positivamente, com alta de 0,1% em maio, a primeira alta em 4 meses. No entanto, isso não foi suficiente para fazer o euro-dólar se recuperar.
Do ponto de vista gráfico, deve-se lembrar que o EUR/USD quebrou ontem a cotação mínima de 2022 (1,0350), e abaixo do mínimo de 2017 (1,0340), deixando o caminho aberto para a paridade, já que nenhum suporte gráfico claro pode ser visto até que o valor do Euro e do Dólar se igualem.
Queda do EUR/USD à paridade a partir deste mês de julho?
Além disso, muitos bancos estão agora vendo esse objetivo de médio prazo.
Notavelmente, Nordea escreveu recentemente que "a última mudança da maioria dos outros bancos centrais do G10 para uma política mais agressiva provavelmente manterá os mercados voláteis e apoiará nossa visão de que a paridade EUR/USD cairá durante o segundo semestre deste ano."
Por seu lado, o Danske Bank acredita que "o grande choque negativo nos termos de troca entre a Europa e os Estados Unidos, o contínuo enfraquecimento cíclico entre os parceiros comerciais, o aperto coordenado das condições financeiras globais, a expansão da força do dólar e o risco de queda para a zona do euro nos levam a para manter o curso para EUR/USD mais baixo (meta de 1,00).
Analistas do ING vão um passo além, prevendo que a paridade será alcançada durante o mês de julho (mesmo antes do Euro começar a cair ontem):
"O EUR/USD deve se aproximar da paridade este mês. O euro ponderado pelo comércio está a um fio de cabelo das mínimas do ano e uma resposta do BCE ameaçando aumentos mais agressivos das taxas pode ser contraproducente para uma moeda pró-cíclica como o euro."