Bruxelas, 23 jan (EFE).- Os ministros de Economia e Finanças da zona do euro rejeitaram nesta segunda-feira os termos de perdão de 50% da dívida grega propostos por seus credores privados e solicitaram juros mais baixos, anunciou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
"Os ministros pediram a Grécia que continue negociando para conseguir um nível de juros claramente inferior", declarou Juncker em entrevista coletiva ao término da reunião em Bruxelas.
O presidente do Eurogrupo esclareceu que os juros terão que situar-se abaixo de 3,5% antes de 2020, abaixo do nível de mais de 4% que esperavam conseguir os credores para os bônus a 30 anos.
Junker garantiu, no entanto, que ocorreu uma "maior convergência" nas negociações entre o Governo grego e o Instituto Internacional de Finanças (IIF), que representa os bancos internacionais possuidores da maior parte da dívida grega nas mãos do setor privado.
"Alcançamos uma maior convergência e pedimos ao Executivo grego que alcance um consenso nos próximos dias", destacou, ressaltando que dito acordo deverá basear-se nos termos e condições fixados no último dia 26 de outubro sobre a participação privada no resgate grego.
Além disso, Juncker afirmou que o perdão de 50% da dívida nominal da Grécia deve levar ao cumprimento do objetivo de déficit de 120% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 e basear-se em um acordo voluntário, que trará aparelhado uma ajuda de 130 bilhões de euros.
Em paralelo, pediu ao Executivo de Lucas Papademos que estabeleça com a troika - o Banco Central Europeu, o Fundo Monetário Internacional e a Comissão Europeia - os parâmetros um novo programa de ajuste o mais rápido possível.
Juncker reiterou, por outra parte, que o lugar da Grécia está na eurozona e assegurou que não existem divergências a esse respeito entre os sócios europeus.
O comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, concordou que Atenas deve iniciar reformas estruturais de maneira prioritária e definir as ações necessárias antes de obter o segundo programa de ajuda. EFE